RESEARCH ORGANIZATION IN BRAZIL: FROM CHEMISTRY TO NANOTECHNOLOGY. Nanotechnology can be viewed as a powerful tool, capable of shaping the chemistry of atoms and molecules, converting them into exciting nanosized and nanostructured materials, devices and machines. However, in pursuing this task, an exceptional ability is required to deal with complex inter-and multidisciplinary approaches, as imposed by the nanoscale. A new research organization framework, capable of promoting cooperative interactions in many complementary areas, including the industries, is demanded. In this sense, an interesting example are the nanotechnology networks and millenium institutes recently created in Brazil. The highlights and weakness of such cooperative research networks are discussed, in addition to relevant nanotechnology themes focusing on the special needs and resources from the developing nations.Keywords: nanotechnology networks; research organization; developing nations.
INTRODUÇÃOA Nanotecnologia e Nanociências (N&N) vêm dando um impulso extraordinário à inovação e evolução do conhecimento, marcando presença em quase todas as revistas científicas da atualidade 1 . Essa mudança, que tem sido crescente desde a última década, já está sendo assimilada pela cultura científica universal, permeando as áreas de Física, Biologia e Materiais através da abordagem dos novos sistemas e propriedades na escala nanométrica e, principalmente, molecular. Na Química, por razões óbvias, esse tipo de abordagem pode ser considerado intrínseco, se encarado sob o ponto de vista da Nanociência. De fato, átomos e moléculas são a essência da Química; contudo, apesar disso, a visão nanotecnológica, capaz de transformar os sistemas moleculares em nanodispositivos ou nanomáquinas, ainda é uma importante questão a ser trabalhada 2-4 . O químico está acostumado a lidar com a matéria condensada, cujas propriedades são expressas em termos de uma unidade astronômica, que é o mol. Apesar de na sala de aula, o aluno ser educado a pensar em termos de moléculas discretas, na prática esse conhecimento acaba se transportando para o coletivo, ou "bulk", incorporando conceitos e variáveis macroscópicas. Nesse processo pedagógico, as propriedades de uma molécula, como o benzeno, confundem-se com as do material contido em um litro dessa espé-cie. Surgem, dessa forma, incongruências pois, na forma condensada, o benzeno se comporta como isolante, ao passo que, na escala nanométrica, as moléculas de benzeno são condutores eletrôni-cos. Pode parecer estranho, mas, desenvolver aplicações no plano nanométrico partindo do conhecimento químico dos sistemas condensados ("bulk") não é trivial e requer uma educação tipicamente nanotecnológica 3 . Até um cineticista experiente, no trato da transferência de elétrons em fase condensada através da teoria de Marcus, pode se ver em apuros com sua falta de habilidade para equacionar a passagem de elétrons através de uma única molécula, inserida entre dois nanoeletrodos.A linguagem quântica passa a ser real no mundo nanométrico. Assim...