Analisamos discursivamente o modo como os discursos racializados funcionam num arquivo jornalístico sobre a recusa da “Casa dos Mendigos” de Itabuna, pensando os deslizamentos de sentido em sequências discursivas da construção até a recusa, por parte dos “mendigos”, de permanecerem na instituição, num corpus que vai de 1951 a 1957. Consideramos que o arquivo se determina no movimento próprio da análise. No plano discursivo, além do racismo como componente estrutural da formação social, tensionamos os dizeres sobre o espaço urbano na fundamentação histórico-política da contradição entre a organização e a ordem da cidade. Conclui-se que a racialidade atravessa os discursos sobre a situação dos "mendigos" por efeitos de metáfora e contradição que resgatam memórias do alienismo na Bahia.