Nationality correct: the invention of portuguese cinema

Abstract

Nadonalmente correcto: a invem;ao do cinema portugues 1 Em Dezembro de 2007, a Cinemateca Portuguesa fechou um ciclo anual dedicado aos «generos nacionais» com uma selec¢o de 18 film.es porrugueses. Os filmes escolhidos nao tinham uma rela<;ao com nenhum genero em particular, mas sim com uma categoria muito diferente: a de «cinema portugues». A op<;ao pareda bizarra, mesmo levando em coma a defini<;ao muito vaga de «genero cinematografico» usada durante o resto do ciclo-se as relac;6es entre o western e os EUA, ou mesmo entre o polar e a Franc;a, sao bastante correntes, o que pensar <las associac;oes mais livres e muito menos consensuais entre 0 «Cinema metafisico» e OS pafses nordicos (um.a aproxima<fe.o cao problematica quanto as duas categorias que relaciona), entre o «realismo» e Italia, ou entre o «cinema hist6rico» e o Japao (dois pares de associac;oes tao d.iscutiveis quanto intermutaveis: por que nao 0 «realismo» e 0 Japao OU 0 «Cinema historico» da Italia?). Joao Benard da Costa, programador do ciclo e director da Cinemateca, justificou a escolha argumentando que, ao contrario de outros paises, o cinema portugues nunca tivera um genero predominante, nem desenvolvera um estilo cinematografico pr6prio capaz de ganhar relevancia internacional. Aquilo em que o cinema portugues se distinguiu, defendia Benard da •Costa, foi em retratar Portugal, ou melhor, em reflectir o imagin:irio nacional no cinema. Nas palavras do seu programador, a escolha daqueles filmes portugueses para o encerramento do ciclo «Um Pais, Um Genero» teve como principal argumento a ideia de que «menos paradoxalmente de que possa parecer, [ ... ] 0 genero dominante do cinema p ortugites e 0 proprio cinema portugues.» 2 A ideia nao e nova e, para o melhor e para o pior, tornou-se costumeira nos Ultimos trinta anos. Para alem do director da Cinemateca-que dedicou dois livros ao assunto durante a decada de 1990 3-a questao das singularidades do cinema portugues foi objecto de analises profundas por criticos de cinema e investigadores universicirios como A. • M. Seabra, Paulo Filipe Monteiro e Jacques Lemiere 4 • Todos estes autores concord.am que seria problematico defender que os filmes portugueses partilham algo tao•difuso e tao dificil de definir quanto um «estilo nacional» distinto. Mas tambem lhes parece claro que do 1 Este texto retoma ideias e argumentos apresentados em Nationally correct: the invention of Portuguese cinema. P: Portuguese Cultural Studies, vol. 2 (no prelo) e A invenfiio do cinema pom,gues, Lisboa: T.i,nta-da-china, 2008, que indui varias an:ilises de filrnes individuais onde sao explorados com maior detalhe alguns dos argumentos aqui sintetizados.

Teresa Villaverde: Making Omelets Without Eggs

“…The global economic recession of the late 2000s impacted the Portuguese film industry as the funds for the Portuguese Film Institute evaporated, leaving the Portuguese cinema in a state of limbo [2]. There was a gap of five years between Transe/Trance and Villaverde's next film, Cisne/ Swan (2011).…”

“…To promote cinema as an art, and Portugal as a modern nation on the international film scene, the regime initiated the Fundo Nacional do Cinema (National Cinema Fund) in 1948 and provided funding to several Portuguese filmmakers, and to those who wished to study abroad. The national fund also created the Portuguese Film Archive [2]. Nonetheless, during the 1950s, the Portuguese film industry was stagnant.…”

From the 19th-Century Novel to the Portuguese Contemporary Film Adaptation

“…But while in the novel these figures are meant to critique religious fanaticism, the parochialism and the retrograde mentality of the country, in the film the characters appear as clichés to identify social groups easily recognizable (such as the religious women, homosexuals, delinquents or amoral priests) and to integrate themselves in a scenario that aims to draw attention to the cosmopolitan current action rather than to dialogue or to the psychological profile of the characters. Thus, while in the novel the characters "claim a social and cultural representativeness adjusted to a critical purpose" (Reis, 2005, p. 87), in the film the interventions are simplified in order to emphasize sexual and action scenes that include aesthetic and diegetic influences from the North-American action series, from the Portuguese soap operas and from the television journalism of sensationalist propensity (Baptista, 2008). Therefore, although in the novel the characters are used as social representation; in the adaptation the fictional beings operate as attractive to sustain a narrative of action.…”

Representações de género e emigração no cinema português: o caso de O Pátio das Cantigas (1942)

“…Importa referir que, apesar da recorrente utilização do termo "cinema português" para nos referirmos genericamente às produções cinematográficas nacionais, percebidas como autorrepresentação de determinados discursos culturais ou ideológicos da nação, é um termo controverso e de complexa definição 1 . Tiago Baptista indica que se verificou um aproveitamento ideológico e político dos cinemas nacionais, em que o conceito de "cinema português" foi usado como um conceito transparente e somente geográfico (Baptista, 2010), sendo que a discussão ontológica e conceptual sobre "cinema português" persiste.…”

“…Segundo Baptista (2010), existem dois períodos na história do cinema em Portugal: desde a década de 1890 até à década de 1960 (no qual se insere O Pátio das Cantigas) e a fase do "cinema novo" a partir de 1960 até à atualidade. Nessa primeira fase, incluem-se sobretudo as comédias, bem aceites pelas audiências e utilizadas para intensificar questões nacionalistas, tal como O Pátio das Cantigas.…”