A realização de levantamentos epidemiológicos consitui-se de importante ferramenta para o conhecimento da prevalência das doenças bucais e, assim poder orientar o planejamento, execução e avaliação de ações de saúde em uma população. Dessa forma, foi realizado um estudo transversal com 13.706 pessoas, residentes na zona rural e na zona urbana, em faixas etárias entre 0-60 anos, os quais foram classificados quanto ao risco à cárie, avaliados em: 1(baixo); 2(médio); 3(alto), fatores contribuintes para o câncer bucal, necessidade e uso de protése dentária e prevalência de doença peridontal. Os dados foram tabulados e submetidos à análise descritiva e Kappa com concordância intra e inter-avaliadores de 100% e 95%, respectivamente. Observou-se maior número de indivíduos enquadrados como risco 1 e 2 na zona urbana. Nos fatores contribuintes para o câncer bucal, a exposição ao tabagismo e ao etilismo foi semelhante nas populações analisadas. O uso de prótese, a zona rural (27%) se destacou em relação à urbana (18,2%), sendo a faixa etária de 20-59 anos mais cometida por portadores de uso de prótese dentária. A prevalência de alteração na mucosa na mesma faixa etária (20-59 anos) foi fator de destaque entre as duas regiões, tendo a zona rural 6,2% e a zona urbana 2,8%. Quanto ao desenolvimento de doença periodontal verificou-se que a zona urbana se destacou em relação a rural, tendo 25,13% dos indivíduos com a doença ativa. Tais resultados sugerem melhor direcionamento das políticas de saúde bucal e suas estratégias de cuidado, a fim de alcançar acesso ao serviço odontológico e resolutividade baseado nas especificidades de diferentes faixas etárias e localizações.