OLIVEIRA, L. J. de. Estudos sobre o processo de desvalorização do trabalho humano de acordo com a lógica empresarial do século XXI. Rev. Ciênc. Juríd. Soc. UNIPAR. Umuarama. v. 17, n. 1, p. 5-26, jan./jun. 2014. RESUMO: Do estudo feito, concluiu-se que os avanços tecnológicos impuseram ao homem uma nova rotina de trabalho, mais intensa, reduzindo em demasia a possibilidade de existência de um tempo livre. A tendência é a geração de um trabalho fragmentado, precário, voltado somente à sobrevivência humana, encontrando-se em desacordo com os princípios constitucionais e por sua vez com os direitos sociais, que preveem um trabalho que possa contribuir com a redução das desigualdades sociais, com a emancipação do homem, enquanto dando-lhe condições de expor sua criatividade e de localizar-se no meio social como agente realizador. A expressão trabalho livre toma nova dimensão, enquanto sendo aquele trabalho que, contrariando a lógica do mercado, é suficiente para proporcionar ao ser trabalhador não somente a sobrevivência ou a existência precária, mas uma vida construtiva. A crítica à lógica da produção deve ser capaz de criar mecanismos de intervenção capazes de restabelecer a dignidade no trabalho. PALAVRAS-CHAVES: Avanço tecnológico; Centralização do trabalho; Dignidade no trabalho; Humanização no trabalho.
INTRODUÇÃO AO ESTUDO A RESPEITO DO TRABALHO HUMANOO avanço do capitalismo a partir da descoberta de novas técnicas para serem empregadas na produção dá origem a várias reflexões sobre o destino a ser trilhado pela humanidade. Muitas vezes tudo parece natural, quando na verdade trata-se de uma construção histórica e, portanto cultural, possível de ser transformada. O mercado de trabalho, assim como o mercado econômico não são entes imaginários formados naturalmente. Trata-se de construções feitas pelo homem, muito embora, por vários momentos queira transparecer como algo imodificável,