Muito do material coletado foi proveniente de coletas organizadas pelo Prof. Dr.Fernando Marques. Agradeço muito a ele e seus alunos (Mauro Cardoso Jr., VerônicaMantovani Bueno e Natália Luchetti) pela ajuda e interesse em Chondrichthyes durante esses anos. Também agradeço seu ex-aluno, e hoje professor na UFPA, Dr. Marcus Domingues pelas conversas que tivemos e por abrir portas na UNIFESP -Diadema para que eu pudesse mostrar um pouco do meu trabalho.Ao longo desses quatros anos, fiz grandes amigos no departamento.
Chondrichthyes: Abordagens filogenéticasA vasta radiação dos Chondrichthyes tem cerca de 3000 espécies extintas conhecidas (Compagno, 1999) e certamente é um dos grupos com maior sucesso em termos de resistência histórica, sobrevivendo às extinções em massa que ocorreram nos últimos 400 milhões de anos (Grogan & Lund, 2004) e ocupando ambientes marinhos e de água doce (Compagno, 1990). Registros fósseis de espécies do grupo são conhecidos a partir do final do Ordoviciano (450 milhões de anos atrás) através de dentículos dérmicos (Samson et al., 1996). Desde Bonaparte (1832), a classe é dividida em duas subclasses (na ocasião, o autor usou os termos Selacha e Holocephala) e atualmente, cerca de 1100 espécies de tubarões e raias formam os Elasmobranchii (Ebert & Compagno, 2007) e 33 espécies de quimeras estão unidas dentro de Holocephali (Didier, 1995).Opiniões contrárias ao monofiletismo do grupo são apresentadas por alguns autores. Jarvik (1960) acreditava no surgimento dos Chondrichthyes a partir de diferentes linhagens de placodermes. Stensiö (1925Stensiö ( , 1963Stensiö ( , 1969Stensiö ( e 1971 classificou apenas os Holocephali como Placoderma. Patterson (1965, p. 212) segue a mesma ideia e, apesar das evidências de afinidade genética entre quimeras e elasmobrânquios, afirmaque Holocephali e Arthrodira compartilhem mais características. Hipóteses sobre a origem das raias a partir de Placodermes são apresentadas por Holmgren (1942), onde as raias são relacionadas aos Petalichthydae, e Jarvik (1980), que argumenta que as raias derivaram de formas com um exoesqueleto similar aos Rhenanidae ou de uma linhagem de Arthrodira. Jarvik (1977 & 1980) ainda insistiu na proximidade entre Acanthodi e tubarões.2 Considera-se, atualmente, que monofiletismo da classe seja sustentado, essencialmente, pela calcificação prismática do esqueleto (Schaeffer & Willians, 1977;Schaeffer, 1981;Maisey, 1984a;Maisey, 1986), pela presença de um órgão copulador, o clásper pélvico, nos machos (Schaeffer & Willians, 1977;Maisey, 1986) e substituição periódica de fileiras dentárias (Maisey, 1986).. Porém, esses caracteres são discutidos por alguns autores. Pradel et al. (2009) Em contrapartida à classificação proposta através do estudo morfológico (Shirai, 1992b;, Douady et al. (2003) et al., 2003).
A miologia como ferramenta para interpretações filogenéticasApesar de ser uma classe com pequeno número de espécies, quando comparada, por exemplo, aos peixes ósseos, os Chondrichthyes são muito diversificados em relação ao compo...