Este estudo propõe-se verificar o perfil clínico-epidemiológico da neurocisticercose (NCC) em pacientes atendidos no Hospital Universitário Regional de Maringá. Foram analisados 6100 prontuários dos setores de Neurologia, Neuropediatria, Neurocirurgia e Psiquiatria, de janeiro/1998 a dezembro/2004. Destes, foram selecionados 48 com diagnóstico de NCC. O número de casos de NCC observados superou aqueles notificados à Vigilância Epidemiológica nos anos de 1998, 1999, 2001, 2002 e 2004. Houve predomínio do gênero feminino (p<0,001), com idade entre 31-60 anos (43,7%) e residentes na zona urbana (93,8%). A epilepsia por NCC (IC=1,77;16,07; p=0,0024) foi de início tardio e generalizada em 91,7% dos pacientes, estando associada a cefaléia em 37,5% dos pacientes. Houve necessidade de internação em 22,9% dos pacientes, com tempo médio de internação de 3,91±3,35dias. Concluiu-se que o perfil clínico-epidemiológico observado é peculiar, apresentando alguns pontos em comum com estudos conduzidos em outras regiões endêmicas brasileiras.