NÍVEL DO DISCLOSURE AMBIENTAL DAS EMPRESAS BRASILEIRAS LISTADAS NA BM&FBOVESPA: UMA ANÁLISE DO PERÍODO DE 2006 A 2010

Abstract

Objetivou-se verificar o nível de disclosure ambiental das empresas brasileiras listadas na BM&FBovespa no período de 2006 a 2010. Este estudo justifica-se pela teoria do disclosure voluntário na qual afirma que os gestores podem optar entre o tipo de informação evidenciada aos stakeholders. Para atender ao escopo desse estudo utilizou-se como metodologia a análise de conteúdo realizada nos relatórios da administração, nas notas explicativas e nos relatórios de informações ambientais. A pesquisa foi realizada em 154 empresas classificadas de acordo com Brasil (2001). A análise dos resultados mostrou que das 198.670 sentenças encontradas apenas 8.244 referiam-se ao disclosure ambiental, sendo 7.502 referentes a informações ambientais positivas e 742 referentes a informações ambientais negativas, corroborando o estudo de Verrechia (2001) e Dye (2001) no qual afirmam que no intuito de auferir melhores resultados financeiros os gestores optam em divulgar com mais intensidade as informações favoráveis à empresa, pois há evidências de que o mercado premia as empresas que evidenciam informações ambientais positivas e penalizam as empresas que evidenciam informações ambientais negativas.

Divulgación financiera y responsabilidad ambiental social: un estudio empírico en el mercado brasileño

“…The disclosure of positive information, recognized in this research, is in line with the theory of voluntary disclosure, which favours the company in a biased way, with the clear purpose of showing it in a good light. This corroborates the findings of Dye (2001), Verrecchia (2001), Fernandes (2012), where the positive information is strategically disclosed and highlighted, while the negative is less so, or omitted, resulting in an absence of information, or the minimization of the disclosure of environmental liabilities. In addition, from the perspective of socio-environmental strategy, it was found that the low disclosure of negative information was specifically made merely to comply with government regulations, as proposed by Alperstedt et al (2013).…”

“…Verrecchia, 2001;Dye, 2001;Diamond and Verrechia, 1991) and the Brazilian literature (e.g. Gubiani et al 2012;Coelho et al 2013), but not promoting transparency, as a clear tendency has been found of highlighting the positive aspects, and omitting or minimizing the negative ones, according to the taxonomy proposed by Fernandes (2012).…”

“…In the analysis the terms proposed by Faria and Pereira (2009) were also utilized: environmental; sustainable development; environment; responsibility; social; social environmental and sustainability. Both sets of terms were classified by the nature of the disclosure into positive and negative, as proposed by Fernandes (2012), a neutral classification being added for those situations that were not possible to classify. Table 1 presents the sectoral participation of the companies listed on the CSI (2008 to 2013).…”

“…The idea that is becoming consolidated, however, is that the financial disclosure should be treated strategically in an attempt to contribute to the credibility of the company (Fernandes, 2012), improve the image of it before society, comply with legislation, minimize environmental impacts and/or collaborate towards the management of sustainability. Nevertheless, there appears to be a disconnect between the discourse and the practice of sustainability, because although the companies state that they are concerned with divulging information transparently there are factors that differentiate the level and quality of the financial disclosure between companies and/or economic industrial sectors.…”

Evidenciação Das Ações Diante Das Mudanças Climáticas Nos Relatórios Das Empresas Participantes Do Carbon Disclosure Project (Cdp) Brasil

“…Além disso também são utilizados no processo de comunicação com os stakeholders outros relatórios anuais voluntários os quais recebem nomes variados como relatórios para sustentabilidade, relatório do desenvolvimento sustentável, balanço ambiental, entre outros (Fernandes, 2012;Garcia, Cintra, de Souza Ribeiro, & Dibbern, 2015). Trabalhos como os de Farias (2008), Murcia, Rover, Lima, Fávero e Lima (2008), Rover, Tomazzia, Murcia e Borba (2012), Fernandes (2012), Antal e Van Den Bergh (2013), Burgwal e Vieira (2014), Silva, Lima, Freitas e Lagioia (2015), Braam, Weerd, Hauck e Huijbregts (2016) e Gallego-Álvarez, Lozano e Rodríguez-Rosa (2018), têm identificado maior volume de evidenciação, frequentemente medida essencialmente em função da quantidade de termos relacionados ao tema nos relatórios anuais obrigatórios e voluntários. Sendo assim, o objetivo geral deste trabalho foi propor um modelo para mensuração do nível de evidenciação das ações de enfrentamento as mudanças climáticas a partir de fatores determinantes identificados na literatura.…”