Noções de fronteira na teoria e práxis do regionalismo: uma visão crítica

Abstract

Este artigo fornece um panorama conciso das noções de fronteira na teoria e nas práxis do regionalismo. Também se discute o aumento, na última década, das barreiras fronteiriças neste mundo globalizado e a sua relação com o regionalismo. Através de uma aproximação histórica à construção de teorias, considera-se as ideias implícitas de fronteira derivadas dos desenvolvimentos teóricos e empíricos do regionalismo. Este paper conclui que o antigo regionalismo indica uma noção de fronteira como separação. O novo regionalismo implica em uma noção de fronteira como filtro. A atual onda do regionalismo comparado identifica dois processos aparentemente contraditórios (regionalismo multinível e nacionalismo) que acionam a formação de regiões (trans)fronteiriças incorporadas em teias entrelaçadas de redes globais, exigindo uma perspectiva globalista no estudo dessas dinâmicas.

Considerando as relações regionais brasileiras na clínica comportamental

“…O advento da Pandemia do COVID-19 possibilitou uma ampliação maior dos contatos clínicos entre as diversas regiões do país, e este foi um momento crucial para despertar reflexões de diferentes tipos, envolvendo muitos e distintos fatores que até então, pareciam não ter grandes influências no processo psicológico (Bittencourt et al, 2020;Rodrigues & Tavares, 2016). Ainda que as questões regionalistas já sejam discutidas de forma mais ampla em outras áreas como na antropologia e na sociologia, e até mesmo na psicologia social, na psicologia clínica parece ainda não terem sido inseridas, principalmente na clínica comportamental (Monteiro Neto, 2014;Souza, 2018).…”