Nomes masculinos X-son na antroponímia brasileira: uma abordagem morfológica, histórica e construcional / Male Names in X-Son in Brazilian Anthroponymy: a Morphological, Historical and Constructional Approach

Abstract

Erickson e Esteferson. Ao todo, foram registrados 96 nomes graficamente diferentes. Esses nomes, quando possível, foram analisados do ponto de vista etimológico, com base em consultas nos dicionários onomásticos de língua portuguesa de Nascentes (1952) e de Machado (1981), além de dicionários de língua inglesa, como os de Arthur (1857) e Reaney e Willson (2006). Foram também utilizados como materiais de análise a Lista de nomes admitidos em Portugal, encontrada no site do Instituto dos Registos e do Notariado, de Portugal, e a Plataforma Nomes no Brasil, disponível no site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Quanto às análises morfológicas aqui empreendidas, utilizamos como aporte teórico-metodológico a Morfologia Construcional, da maneira proposta por Booij (2010), Soledade (2013), Gonçalves (2016a), Simões Neto (2016) e Rodrigues (2016). Em linhas gerais, o artigo vislumbra observar a trajetória do formativo-son na criação de antropônimos no Brasil. Para isso, analisamos o seu estatuto de patronímico no inglês e a sua chegada ao português, como um dos elementos mais recorrentes entre nomes neológicos brasileiros. Palavras-chave: antropônimos brasileiros; neologismos; mudança morfossemântica.

Anthroponymic innovation in Bahia during 19th, 20th and 21st centuries

“…ABSTRACT: This article aims to trace a historical panorama of anthroponomic innovation in Brazil through the analysis of research data that addresses the uses of anthroponyms in the State of Bahia, in the 19th, 20th, and 21st centuries. The comparison between data from other researches, such as that of 2019), Cunha and Souza (2017), Lopes and Soledade (2018), Simões Neto and Soledade (2018), Conceição (2018) and Soledade and Simões Neto (2020), allows the understanding of the innovative phenomenon's frequency of operation, observing if there is an increase in it over the years. The article also envisions a morphological characterization of the first names that were found, under the perspective of the Soledade (2018), esse modelo, além de persistir na estruturação dos antropônimos brasileiros inovadores, serve de base para a organização de novos moldes morfológicos de criação lexical relacionados aos nomes de pessoas.…”

“…3 Do modelo bitemático ao modelo biformativo Soledade (2018) abordará mais detidamente o que identifica como "hipótese biformativa". A autora defende que as construções biformativas, dentre as quais também se podem incluir as construções com formativos que ocupam a margem direita, são as peças-chave para compreendermos a revolução antroponímica do século XX.…”

“…• estáveis, tal qual um afixo (como Ade-na margem esquerda e -ilma na margem direita); b) a terminologia empregada pela morfologia lexical tradicional não parece se encaixar, de forma elegante e eficiente, aos pressupostos teóricos/descritivos da morfologia construcional, tomada, por nós, como base para o estudo das construções de antropônimos inovadores.Desse modo, os esquemas construcionais biformativos dos antropônimos inovadores no Brasil, segundo parâmetros da morfologia construcional deBooij (2010), podem ser descritos formalmente como: <[[X]F1 [Y]F2]NP ↔ [nome de pessoa]NP>. Assim, temos, por exemplo: <[[Franci]F1 [ele]F2]NP ↔ [nome de pessoa feminino]NP> e <[[Franci]F1 [valdo]F2]NP ↔ [nome de pessoa masculino]NP>.4 Metodologia e corporaNeste artigo, avaliaremos a hipótese deSoledade (2018) de que a inovação antroponímica brasileira se orienta por um padrão produtivo de estruturação biformativa, com base em usos antroponímicos na Bahia, do século XIX ao XXI. (2018), Simões Neto e Soledade (2018) eConceição (2018).…”

“…Na tentativa de traçarmos uma linha histórica do fenômeno, apresentaremos os trabalhos a serem retomados, conforme a ordem cronológica das fontes. Assim, o primeiro trabalho é o de Lopes eSoledade (2018), que estudaram os usos antroponímicos na cidade de Taperoá/BA, nos anos de 1856 e 1857, o que nos ajuda na reflexão acerca da difusão dos antropônimos no território baiano do século XIX. Os dados são os itens personativos presentes no Livro de Casamentos da Freguesia de SãoBraz de Taperoá, nos anos já mencionados.…”

“…Neto eSoledade (2018) identificam dois splinters relacionados aos nomes em -son no Brasil: o -elson/-ilson e o -erson/-irson. Nomes tradicionais, como Nelson, Nilson, Emerson e Jefferson, estão presentes na nossa língua há bastante tempo.…”