Juliana Soledade (UFBA/PROHPOR) RESUMO: Neste artigo, buscamos investigar a polissemia apresentada pelo esquema de construção das formações com o sufixo -ário no português arcaico, para tanto, analisamos um corpus representativo do período em questão (séc. XIII a meados do séc. XVI) e aplicamos a esses dados a proposta de modelo construcional para a morfologia, seguindo Booij (2010Booij ( , 2012Booij ( , 2014. Assim, nos dedicamos a apresentar os pressupostos básicos da Morfologia Construcional, entendendo-a como uma alternativa teórico-metodológica para uma Morfologia Histórica, para, então, empreender a análise dos dados, que veio a demonstrar aspectos interessantes acerca das relações polissêmicas entre os tipos de instanciações desse esquema, como, por exemplo, a centralidade da noção relacional ou ainda, as relações metonímicas entre subesquemas agentivos. PALAVRAS-CHAVE; Morfologia Construcional; Português Arcaico; Polissemia. A FOCUS ON THE CONSTRUCTIONAL MORPHOLOGY FORMATIONS X-ÁRIO IN ARCHAIC PORTUGUESEABSTRACT: In this article, we investigate the polysemy represented by the formations construction scheme with suffix -ário in Archaic Portuguese, therefore, we analyze a representative corpus of the period (century XIII the middle of the century. XVI) and apply to such data the proposed model for Constructional Morphology, following Booij (2010Booij ( , 2012Booij ( , 2014. Thus, we are dedicated to present the basic assumptions of the constructional morphology, understanding it as a theoretical-methodological alternative to a Historical Morphology, to then undertake data analysis, who came to show interesting aspects about the polysemic relations between the types of instantiations of this scheme, for example, the centrality of the relational notion or the metonymic relations between agentive subschemas. KEYWORDS: Constructional Morphology; Archaic Portuguese; Polysemy. CONSIDERAÇÕES INICIAISO sufixo latino -arius tem, em língua portuguesa, duas formas correspondentes: -ário e -eiro. Estudos de perspectiva histórica, como o de Soledade (2001Soledade ( , 2005 e Viaro (2008) mostram que -eiro alcançou uma produtividade que -ário jamais conseguiu. Certamente por isso, há muito mais pesquisas desenvolvidas sobre os aspectos morfossemânticos do -eiro. Neste trabalho, porém, serão tratadas apenas as questões relacionadas à polissemia com as formas em -ário no português arcaico (século XIII ao XVI), sob o enfoque da Morfologia Construcional, como proposta por Booij (2010Booij ( , 2012Booij ( , 2014.
Erickson e Esteferson. Ao todo, foram registrados 96 nomes graficamente diferentes. Esses nomes, quando possível, foram analisados do ponto de vista etimológico, com base em consultas nos dicionários onomásticos de língua portuguesa de Nascentes (1952) e de Machado (1981), além de dicionários de língua inglesa, como os de Arthur (1857) e Reaney e Willson (2006). Foram também utilizados como materiais de análise a Lista de nomes admitidos em Portugal, encontrada no site do Instituto dos Registos e do Notariado, de Portugal, e a Plataforma Nomes no Brasil, disponível no site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Quanto às análises morfológicas aqui empreendidas, utilizamos como aporte teórico-metodológico a Morfologia Construcional, da maneira proposta por Booij (2010), Soledade (2013), Gonçalves (2016a), Simões Neto (2016) e Rodrigues (2016). Em linhas gerais, o artigo vislumbra observar a trajetória do formativo-son na criação de antropônimos no Brasil. Para isso, analisamos o seu estatuto de patronímico no inglês e a sua chegada ao português, como um dos elementos mais recorrentes entre nomes neológicos brasileiros. Palavras-chave: antropônimos brasileiros; neologismos; mudança morfossemântica.
investigações sobre o português arcaico e sobre o português brasileiro, respectivamente.Apresentar a homenageada é tarefa fácil, porque dispensável. Na abertura da sua fala no ROSAE, afirmou Ataliba Teixeira de Castilho: "Estamos aqui reunidos para celebrar Rosa Virgínia Mattos e Silva, vale dizer, para celebrar a Linguística Histórica no Brasil". É, pois, em reconhecimento a uma linguista brasileira e baiana -ou, talvez melhor, a uma professora de português, como ela sempre se identificou -e a uma obra em que se distinguem profunda erudição e profunda sensibilidade que se oferece A ROSA este livro, com trabalhos que versam sobre temas que sempre lhe foram caros e que se integram a diversas áreas da investigação linguística, a saber:
Mais uma realização do grupo de pesquisa PROHPOR (Programa para a História da Língua Portuguesa), Do Português Arcaico ao Português Brasileiro é a terceira coletânea realizada pelos especialistas do Departamento de Letras Vernáculas da Universidade Federal da Bahia, depois do sucesso de A Carta de Caminha: Testemunho Lingüístico de 1500 e O Português Quinhentista: Estudos Lingüísticos. Esta obra, organizada pelos ilustres pesquisadores da área, Américo Venâncio Lopes Machado Filho e Sônia Bastos Borba Costa, recobre estudos que vão do português arcaico e avançam ao português brasileiro contemporâneo, passando pelos séculos XVI, XVII, XVIII e XIX, recuando, em alguns casos, ao latim.
O presente trabalho intenta contribuir para a divulgação e avanço do conhecimento linguístico acerca da sufixação no período arcaico da língua portuguesa, a partir de análises que têm como base os aportes descritivistas, cognitivistas e construcionais (BOOIJ, 2010; GONÇALVES, 2016; SOLEDADE, 2013). Uma vez que a sufixação no português arcaico é demasiadamente vasta, neste artigo, iremos tratar dos esquemas sufixais X-ada1 X-ada2, X-ado, X-do, X-da. Para constituir o corpus da primeira fase, observamos fontes secundárias, i.e., glossários elaborados com base em textos do período arcaico do português e, para a segunda fase, fontes primárias, ou seja, edições de textos arcaicos em prosa datados entre o século XV até meados do
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