INTRODUÇÃOA porcelana de ossos é conhecida por sua alta qualidade técnica e características únicas de seu design, destacandose as propriedades estéticas, tais como elevado índice de alvura, brilho e translucidez, tal que as peças produzidas apresentam rara beleza [1]. O setor de louças de qualidade refinada, no entanto, praticamente inexiste no Brasil, cujos produtos competem num nicho inferior de mercado. Um aspecto bastante relevante é o fato de se produzir essa porcelana com 50% de matéria-prima proveniente de um material reciclado, como os ossos bovinos calcinados. Por conseguinte, em decorrência da recente conscientização da preservação ambiental, a porcelana de ossos passou a ter novo interesse, o que deve impulsionar ainda mais o seu desenvolvimento e consumo. Este fato levou os autores a investigar os principais parâmetros técnicos para a produção dessa porcelana, cujos resultados foram publicados em outros trabalhos [2][3][4]. A porcelana de ossos é produzida com 50% de cinza de ossos, 25% de caulim e 25% feldspato. Algumas vezes, tem-se a adição de pequenas quantidades de outras matérias-primas, como quartzo ou argilas plásticas, para o aumento da resistência piroplástica e aumento da plasticidade da massa, respectivamente. Na composição dessa porcelana, o feldspato atua como fundente, reduzindo a temperatura de sinterização, sendo decisiva a sua influência sobre as propriedades técnicas finais e a estética das peças. A reação do feldspato com as cinzas de ossos e o caulim durante a queima, e alguma reação com o quartzo, quando presente, forma a fase vítrea. Esta pode chegar a 30% do volume total do material, envolvendo as partículas mais refratárias, como o fosfato tricálcico e a anortita [5].A formação da fase vítrea determina a temperatura e o intervalo de queima de uma cerâmica tradicional, como porcelanas, louças e revestimentos. Portanto, o controle dessa fase é a chave para a redução de temperatura de queima no processamento, o que significa uma redução direta no custo associado aos combustíveis. Consciente deste aspecto, sempre que possível, a indústria opta pela utilização de fundentes enérgicos. No entanto, no caso específico da porcelana de ossos, fundentes enérgicos são de difícil utilização, devido ao curto intervalo de queima, limitado pela baixa estabilidade térmica das peças [6].Em uma porcelana de ossos tradicional, a composição global se situa na região do eutético de 11% fosfato tricálcico, 38% sílica e 51% anortita, com uma temperatura de fusão de 1290 ± 5 ºC. Se a queima procede lentamente, em temperaturas pouco acima de 1250 ºC ocorre a deformação Novos fundentes para produção da porcelana de ossos (New fluxes for the production of bone china)