RESUMO:A partir de trabalhos sobre produção e avaliação social da pronúncia de /e/ nasal em São Paulo (en), este artigo analisa percepções de femininidade, masculinidade e paulistanidade associadas às variantes dessa variável. Oushiro (2015) mostra que, em palavras como tempo, a pronúncia ditongada, relativamente ao monotongo, é favorecida na fala das mulheres, das classes mais altas, com maior grau de escolaridade e quando o estilo (no sentido de Labov 1966) é mais cuidadoso. A área de residência na cidade (central ou periférica) não se correlaciona à variável. Por outro lado, diferentemente do que se verifica para outras variáveis linguísticas, os paulistanos (aqueles que nasceram e cresceram na cidade) não produzem metacomentários com frequência sobre (en) (OUSHIRO 2015). Esses fatos indicam que a pronúncia ditongada de (en) detém prestígio na cidade, a despeito de seu estatuto "abaixo do nível de consciência" (LABOV 2001). Utilizando-se a técnica matched-guise (LAMBERT ET AL. 1960, CAMPBELL-KIBLER 2006, LEVON 2014), 8 estímulos auditivos contendo uma única ocorrência de (en) e produzidos por 4 falantes (2 homens e 2 mulheres), foram apresentados a 44 ouvintes, que os julgaram através de várias escalas. No geral, os resultados mostram que a pronúncia ditongada leva a percepções de femininidade, paulistanidade e pertencimento a áreas mais centrais da cidade. Entretanto, há diferenças nesse padrão perceptual de acordo com os falantes. Assim, este artigo discute como fatos de percepção se somam aos de produção e avaliação no estudo do significado social das variantes linguísticas. Palavras-chave: pronúncia ditongada de (en), femininidade, paulistanidade.
RESUMEN:A partir de trabajos sobre producción y evaluación social de la pronunciación de /e/ nasal en San Pablo (en), este artículo analiza percepciones de femineidad, masculinidad y paulistanidad asociadas a las variantes de esa variable. Oushiro (2015) mostra que, en palabras como tempo 'tiempo', la pronunciación diptongada, en relación al monotongo, se ve favorecida en el habla de las mujeres, de las clases más altas, con mayor grado de escolaridad y cuando el estilo (en el sentido de Labov 1966) es más cuidado. El área de residencia en la ciudad (central o periférica) no se relaciona con la variable. Por otro lado, a diferencia de lo que se verifica en otras variables lingüísticas, los paulistanos (los que nacieron y crecieron en la ciudad) no producen metacomentarios con frecuencia sobre (en) (OUSHIRO 2015). Estos hechos indican que la pronunciación diptongada de (en) tiene prestigio en la ciudad, a pesar de su estatuto "por debajo del nivel de conciencia" (LABOV 2001). Utilizando la técnica matched-guise (LAMBERT ET AL. 1960, CAMPBELL-KIBLER 2006, LEVON 2014, se presentaron 8 estímulos auditivos, conteniendo una única ocurrencia de (en) y producidos por 4 hablantes (2 hombres y 2 mujeres), a 44 oyentes que evaluaron esos enunciados a través de varias escalas. En general, los resultados muestran que la pronunciación diptongada lleva a percepciones de femine...