Resumo O artigo aborda a experiência do reassentamento de pessoas removidas de favelas cariocas, a partir das transformações econômicas que impactam suas vidas. O Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV) produz novas configurações econômicas, na medida em que formas de trabalho e de gestão do dinheiro da casa são afetadas pelas novas condições de moradia. Interrupção de atividades produtivas praticadas na favela, novas contas e taxas a pagar, somadas a um contexto de crise, desemprego e desassalarização, constituem uma sensação de incerteza, traduzida como “sufocamento”, experienciada pelos sujeitos na vida cotidiana. De um ponto de vista etnográfico, discorro sobre as criativas estratégias desenvolvidas a partir das capacidades imaginativas dos sujeitos no contínuo processo de fazer a vida (“melhorar de vida”, “dar futuro aos filhos”), o que abarca projetar o futuro.