O artigo discute questões de ordem metodológica implicadas em uma experiência particular de pesquisa etnográfica: um trabalho de campo extensivo realizado junto a servidores públicos, funcionários de organizações não-governamentais (ONGs) e membros de associações civis reunidos em uma rede de instituições voltada para a prevenção e o enfrentamento de casos de desaparecimento de pessoas no Brasil contemporâneo. Recompondo parte da trajetória de pesquisa e analisando alguns episódios centrais do trabalho de campo, discuto as possibilidades e os desdobramentos da aproximação entre autoridade etnográfica e autoridade burocrática implicadas nesse contexto específico de pesquisa e, ainda, trato dos dilemas da articulação entre pesquisa e participação por ele engendrados.