Novos possíveis para a militância no campo da Saúde: a afirmação de desvios nos encontros entre trabalhadores, gestores e usuários do SUS

Abstract

Os autores tecem considerações sobre a militância no campo da saúde, em especial na defesa do Sistema Único de Saúde (SUS), enquanto uma política pública universal. Após apontar algumas estratégias desta militância, o texto discute o centralismo e o caráter identitário dessas práticas. Destacam e problematizam quatro formas de centralismo: do "bem comum" em suas representações; o procedimento como oferta de tecnologias de saúde; do usuário e as concepções sobre suas necessidades/demandas; e da proteção inadvertida da vida. Propõem, como alternativa, uma nova militância no SUS, como prática intensiva e produzida no encontro, na dimensão relacional, entre gestores, trabalhadores e usuários.

Aspectos históricos da saúde pública no Brasil

“…Para os artigos científicos, foram priorizadas publicações entre o período de 2007 a 2017, sem restrições de idioma. O Quadro 1 apresenta uma síntese dos 15 artigos 5,8,9,10,11,12,13,14,15,16,17,18,19,20,21…”

Para (re)colocar um problema: a militância em questão

“…Vemos que, frequentemente, é posto em cena um militante/mártir disposto até mesmo a morrer em nome de seus ideais. (Oliveira et al, 2009(Oliveira et al, , p. 1807 Como observou Canguilhem (2014): "assim que procuramos aquilo que faria da vida um meio, procurando uma razão de viver, encontramos também razões para perder a vida" 1 (p. 88). Disso é possível deduzir a suposição comum de que a militância produziria um modo específi co de investimento dos indivíduos nas atividades, marcado por força e vigor, e também pela posição de disponibilidade e sacrifício de suas necessidades pessoais em nome da defesa de um ideário.…”

(Re)Framing a Problem: Militancy in Question

“…We see that a militant / martyr who is even willing to die in the name of his ideals is often put on the scene. (Oliveira et al, 2009(Oliveira et al, , p. 1807) As Canguilhem (2014) observed: "As soon as we seek what would make life a means, seeking a reason to live, we also fi nd reasons to lose life" 1 (p. 88). From this it is possible to deduce the common assumption that militancy would produce a specifi c mode of investment from the individuals in the activities, marked by force and vigor, and also by the position of availability and sacrifi ce of their personal needs in the name of the defense of an ideology.…”