Este trabalho tem como objetivo discutir como familiares de portadores de transtornos mentais têm experienciado as mudanças nas políticas da área, o que pensam sobre as novas demandas de participação e como as mesmas têm impactado na sua relação cotidiana com os serviços de saúde mental e nas práticas de cuidado junto a seus familiares. A pesquisa foi realizada no ambulatório de saúde mental de Natal entre novembro de 2008 e fevereiro de 2009, como parte de um trabalho de mestrado que objetivava analisar processos de cronificação em curso nesse serviço. Foram realizadas 12 entrevistas, sendo sete com familiares e cinco com usuários. Os resultados evidenciam as inúmeras dificuldades dos familiares junto às novas propostas de cuidados em saúde mental, que interferem diretamente na perspectiva de corresponsabilização posta pela Estratégia da Atenção Psicossocial. Acreditamos que tal construção entre técnicos e familiares deve vir acompanhada de ações de suporte às famílias, de mudanças nos modos de trabalho e gestão, bem como de avanços em relação às políticas de inclusão social e reabilitação psicossocial, de fortalecimento de mecanismos de controle social, de estímulo ao empoderamento dos usuários e familiares no sentido de fazer avançar o processo de desinstitucionalização em saúde mental.
Este trabalho versa sobre os modos de trabalho de psicólogos no contexto dos CAPS. Trata-se de uma pesquisa de cunho qualitativo realizada a partir de entrevistas semi-estruturadas com 10 psicólogos da rede de saúde de Natal, RN. Os focos da investigação estiveram voltados para o conhecimento sobre reforma psiquiátrica e o modo como os profissionais se percebem enquanto trabalhadores do campo. Especificamente, buscou-se conhecer como os psicólogos têm se inserido nesse campo de luta e como têm desenvolvido seu trabalho cotidiano. Discutem-se as relações entre esses aspectos e a construção dos atos de cuidados desenvolvidos cotidianamente nos serviços bem como as possibilidades de mobilizá-los para efetivação da reforma psiquiátrica na perspectiva de desinstitucionalização da loucura.
trabalho é resultado de uma investigação realizada com psicólogos da rede de CAPS do município de Natal/RN. Trata-se de uma pesquisa de cunho qualitativo feita a partir de entrevistas semiestruturadas e observações sistemáticas orientadas por um olhar cartográfico. Os focos da investigação foram: a relação entre a formação acadêmica recebida nos cursos de graduação e as demandas de trabalho, e um mapeamento das atividades realizadas no cotidiano dos serviços. No primeiro eixo encontrou-se um distanciamento entre os conteúdos discutidos na universidade e as questões presentes no cotidiano do serviço, apontando para as fragilidades da formação dos profissionais para atuação nestes espaços. As principais atividades realizadas foram: acolhimento dos usuários, triagens, coordenação e participação de oficinas diversas, grupos operativos e terapêuticos, além de atendimentos individuais, sendo esse último alvo de análise.
A construção de um sistema público de saúde pautado pela integralidade e humanização da atenção vem demandando transformações nos modos tradicionais de se fazer saúde e, consequentemente, nos processos formativos de seus trabalhadores. A Psicologia, sob a perspectiva da análise institucional, pode desenvolver ferramentas que propiciam novas experimentações relativas aos processos formativos em saúde. O objetivo deste artigo é apresentar uma pesquisa-intervenção realizada com Agentes Comunitários de Saúde das equipes de Saúde da Família de uma gerência distrital do município de Porto Alegre-RS. A pesquisa incluiu um processo de formação em saúde, constituído por quatro módulos temáticos: Relação saúde/doença mental; Uso de álcool e outras drogas; Sexualidade e HIV-AIDS; e Estratégias de cuidado em saúde mental. O trabalho desenvolvido evidencia as contribuições da análise institucional para a saúde coletiva, sintetizadas em três aspectos: a formação como escuta e análise dos processos de trabalho; a transversalização das práticas, desconstruindo dicotomias e relações hierarquizadas; o exercício de desconstrução de estereótipos e de modos instituídos de operar as práticas em saúde.
e silvioyasui@ gmail.com. Este trabalho foi fi nanciado em 2016 do através do processo 2015/26241-0 pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Agradecemos o apoio da instituição
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