RESUMO: Introdução: a incontinência anal (IA) é uma disfunção de origem multifatorial com impacto significativo na qualidade de vida do indivíduo. Dentre as diversas etiologias para IA encontra-se a traumática, provocada pela penetração de objetos no canal anal. A inclusão do ânus na atividade sexual, já vem sendo descrita, principalmente entre homossexuais do sexo masculino. A partir desta premissa, questionou-se nesta pesquisa a possibilidade da penetração do pênis no ânus se enquadrar como etiologia traumática da incontinência anal. Objetivo: verificar a possível correlação entre a incontinência anal e a prática de sexo anal utilizando variáveis como idade, tempo de prática e a freqüência semanal de sexo anal. Métodos: 100 homossexuais masculinos passivos responderam um questionário elaborado pelas pesquisadoras e um Índice de Incontinência Anal. Resultados: a incontinência anal estava presente em 62%, sendo que a perda de gases foi considerada a mais significativa. Contudo, as correlações propostas não se apresentaram estatisticamente significantes. Conclusão: a maioria dos homossexuais apresentou algum grau de incontinência anal, provavelmente em decorrência da prática do sexo anal. (1,2,3,4) .
DescritoresA prevalência da IA é varíavel na literatura, dependendo do delineamento do estudo, critérios diagnósticos e seleção do sujeito (5) . Em alguns estudos estima-se que seja de 0,5% a 5% da população geral, enquanto outros apontam que cerca de 2% a 7% da população apresente algum grau de incontinência anal (6,7) .Porém esses dados não são muito fidedignos, pois a prevalência da IA é sem dúvida subestimada, e em parte, isso se deve a dificuldade dos pacientes em relatar seu problema tanto pelo constrangimento quanto pelo desconhecimento das possibilidades terapêuticas (8,9,10,11) .Apesar de a incontinência anal possuir menor incidência que a incontinência urinária, esta possui também um impacto significativo na qualidade de vida da população. Santos e Silva (6) em 2002 mostraram em um estudo sobre a qualidade de vida de pacientes com IA, que 83% dos seus pacientes referiram apresentar os sintomas a pelo menos um ano, dos quais 46,4% há mais de 5 anos, caracteriza-se desta forma a