RESUMO:Plantações florestais de curta rotação exigem maior quantidade de nutrientes, uma vez que os mesmos serão alocados em sua biomassa. A principal via de retorno de nutrientes ao solo é a serapilheira, sendo uma importante ferramenta para a sustentabilidade dos sítios. Nesse sentido, o objetivo do presente trabalho foi quantificar o retorno de Cu, Fe e Mn ao solo, em povoamento de eucalipto com 27 meses de idade, por meio da deposição da serapilheira nas diferentes frações. Foram demarcadas seis parcelas de 30 m x 30 m e de forma sistemática alocados 5 coletores de serapilheira. Mensalmente ao longo de um ano procedeu-se a coleta, classificação em folhas e galhos e determinação dos nutrientes na serapilheira produzida. O retorno total em Cu, Fe e Mn foi de 2,08 kg ha -1 , representando 1, 34 e 65 %, respectivamente. As folhas representaram a principal via deposição de nutrientes, sendo de 74 %, 87 % e 85 % para Cu, Fe e Mn, respetivamente. O retorno de Cu e Fe está em linha com outros estudos. A maturidade do povoamento pode estar associada à menor deposição de Mn. As folhas foram a fração mais relevante no que se trata em quantidade de biomassa e retorno de micronutrientes ao solo.
Palavras-chave: ciclagem biogeoquímica, sustentabilidade, fertilização
IntroduçãoEstudos que avaliam a serapilheira são importantes para a compreensão da ciclagem de nutrientes, e fornecem suporte ao estabelecimento de técnicas de gerenciamento, fertilização e ajuda para entender as interações com o meio ambiente, uma vez que a mesma representa a principal via de retorno de nutrientes ao solo (Viera et al., 2014).Embora muitos estudos avaliem a deposição da serapilheira e o retorno dos nutrientes em ecossistemas florestais (Corrêa et al., 2013), poucos estudos relatam sobre os micronutrientes nas (Corrêa et al., 2016). Contudo, para o correto entendimento da ciclagem de nutrientes em um ecossistema, faz-se necessário a avaliação dos micronutrientes (Sobrado, 2014). Mesmo que exigido em pequenas quantidades quando comparado com os macronutrientes (Moretti et al., 2011), a deficiência dos elementos B, Cu, Fe, Mn e Zn, diminui o crescimento das plantas (Sobrado, 2014), entretanto uma maior preocupação seja dada ao excesso dos mesmos, especialmente de Mn e Fe, que podem levar à toxicidade, desenvolvendo problemas relacionados à produção, desenvolvimento e crescimento (Lopes et al., 2007).