Em Portugal, mais de metade dos docentes da educação de infância e dos ensinos básico e secundário tem 50 ou mais anos de idade. Decorrente das políticas de retardamento das possibilidades da reforma por inteiro, que se iniciaram em 2005, um número elevado de professores mantém-se em atividade docente, tendo ultrapassado, inclusivamente, a idade e o tempo de serviço que são considerados na maioria dos estudos sobre os ciclos de vida dos professores. Este artigo origina-se no projeto REKINDLE+50, voltado ao estudo das possibilidades de os professores com mais de 50 anos aderirem às novas tecnologias, nas suas práticas pedagógicas, e dos seus efeitos em termos de motivação profissional. Tem por objetivo explorar as ressonâncias da dimensão de formação do projeto em termos de conhecimento profissional e de identidade profissional dos professores participantes. Foram tematicamente analisadas as produções dos 65 professores participantes nas ações de formação promovidas no âmbito do projeto e testemunhos destes sobre a experiência de formação e seus efeitos. Os resultados apontam para a existência de uma identidade profissional valorizada, fundamentada, entre outros fatores, numa complexificação dos saberes experienciais docentes, em resultado da integração de conhecimento tecnológico pedagógico de conteúdo no conhecimento profissional, evidenciando-se o desejo e a necessidade de aprender como o principal mediador cognitivo e identitário dessa transformação. Por outro lado, a formação contínua focada na transformação do trabalho pedagógico com os alunos parece ser confirmada como a mais adequada também para o desenvolvimento profissional dos professores veteranos.