Fazer pesquisa no Brasil no atual contexto de desmonte e de precarização da universidade, não é uma tarefa fácil. A geografia, entretanto, me possibilitou construir um conhecimento crítico sobre as atuais dinâmicas sociais, o que me trouxe um saber crítico a respeito do Brasil e do mundo. Certamente fiz uma escolha muito acertada quando decidi, ainda muito jovem fazer geografia, e quando conheci meu orientador na graduação. Essa escolha passou a representar não somente um caminho profissional, mas também uma militância pelas ideias e pela transformação social. Por esse motivo, devo agradecer primeiramente ao meu orientador, Dr. Ricardo Mendes Antas Junior, que fez parte dessa pesquisa e que durante todo o meu percurso acadêmico me acompanhou de perto, estabelecendo profícuos debates teóricos sobre essa temática e sobre a geografia na teoria social crítica.Sou grato também aos professores Fábio Contel e Mônica Arroyo pelas importantes orientações dadas no momento da qualificação desse trabalho, e ao longo dos últimos anos, tanto nas disciplinas de pós-graduação como nos muitos debates estabelecidos no âmbito do LABOPLAN e dos encontros acadêmicos no âmbito da pósgraduação.Quero mencionar também que essa pesquisa recebeu auxílio financeiro do CNPq, o que me possibilitou durante quatro anos, dedicar-me ao processo de pesquisa da tese.Ressalto a importância do investimento financeiro na pesquisa científica, e que só é possível realizar um trabalho acadêmico com tranquilidade e com o máximo rigor, quando se tem a possibilidade de se dedicar de maneira plena a pesquisa. Realizar esse trabalho, representou uma vitória pessoal, sou um homem negro e vivo num país cheio de desigualdades sociais e em que o racismo é algo estruturante na nossa sociedade. Sou o primeiro membro da minha família a concluir uma tese de doutoramento, assim como sou o primeiro a fazer pós-graduação numa universidade pública, o que representa, ao mesmo tempo, um motivo de orgulho pessoal mas também a motivação da minha militância que luta pela inclusão de outros jovens periféricos e negros na universidade brasileira.Agradeço aos meus pais, Gilson Fonseca de Almeida e Cirlei da Silva Almeida, que me apoiaram desde a infância e sempre me incentivaram a estudar, muitas vezes, renunciando a determinados "luxos" para que eu pudesse ter o apoio financeiro necessário para desenvolver meus estudos. Quero mencionar que tive uma série de problemas pessoais e familiares durante o período pandêmico, e mesmo assim pude contar com o apoio irrestrito da minha família.