O Clima Das Cidades Do Nordeste Brasileiro: Contribuições No Planejamento E Gestão Urbana

Abstract

O presente texto trata de uma análise dos campos, métodos e técnicas empregados nos estudos de clima urbano desenvolvidos na região Nordeste do Brasil à medida que também traça reflexões sobre aplicabilidade dessas pesquisas no planejamento e gestão urbana nas cidades. Os campos de investigação do Sistema Clima Urbano de Monteiro (1976) serviram como estratégia de classificação para análise da produção científica. A consolidação dos estudos de clima urbano no Nordeste só ocorreu depois do ano 2000, tal ocorrência é fruto do fortalecimento da Pós-Graduação na região, que se amplia consideravelmente, principalmente em nível de doutorado. Constatou-se o predomínio de estudos sob o enfoque do campo térmico, os quais se deram na forma de episódios experimentais em campo, com escala predominantemente microclimática e com coletas horárias em pontos fixos no espaço urbano. Apesar do volume e da qualidade dos estudos contata-se a escassa aplicação dos mesmos nos planos de gestão urbana das cidades do Nordeste.

Ilhas De Calor Na Zona Urbana De Crato/Ceará/Brasil

“…Para o desenvolvimento da pesquisa, foi feita, em primeiro plano, a apreciação do material bibliográfico disponível sobre o tema, consultando as obras de Monteiro (1976Monteiro ( , 2011Monteiro ( , 2015; Zanella e Moura (2012Moura ( , 2013, Pimentel (2017), García (1996), Amorim e Dubreuil (2017), entre outros. Os autores nos ajudam a compreender o clima urbano e suas modificações presentes nas cidades.…”

Ocorrência de ilhas de calor no espaço urbano: reflexões no contexto da cidade de Sobral, Ceará

“…Como nos confirma Monteiro e Mendonça (2011) a questão climática consiste, [...] Numa das dimensões do ambiente urbano e seu estudo tem oferecido importante contribuições ao equacionamento da questão ambiental das cidades. As condições climáticas destas áreas, entendidas como clima urbano, são derivadas da alteração da paisagem natural e da sua substituição por um ambiente construído, palco de intensas atividades humanas (MONTEIRO; MENDONÇA, 2011, p.93) Deste modo, convenciona-se afirmar que a cidade é geradora de um clima urbano, que resulta diretamente da interação das atividades desenvolvidas, das formas e infraestruturas dispostas na paisagem e como essas interagem com a atmosfera próxima a superfície (LANDSBERG, 1956;OXE, 1987;MONTEIRO, 1991; SANT'ANNA NETO, 1998;PARTIDÁRIO, 2001;MOURA, 2008;ZANELLA;MOURA, 2013;ZANELLA, 2014). Neste sentido, Hasenack e Flores (1992, p.60) confirmam que "o tipo de cobertura do solo da cidade [...] impõe um balanço de energia distinto daqueles das áreas rurais [...]".…”

Análise de tendência do índice de precipitação padronizado em Recife–PE

“…O planejamento urbano é o fator mais importante em esforços para reduzir os impactos das alterações climáticas e o sucesso desse planejamento depende das informações obtidas através de estudos de Research, Society and Development, v. 10, n. 8, e52310817458, 2021 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v10i8.17458 3 clima urbano, entre quais destacam-se os estudos hidrológicos, tendo em vista que as cidades passaram a ter sérios problemas relacionados as chuvas extremas. De acordo com Zanella (2013), muitas cidades brasileiras têm problemas com alagamentos nas áreas de alta impermeabilização devido a deficiente infraestrutura nos sistemas de drenagem, e com inundações em ambientes localizados próximos aos rios e lagoas, além disso, as cidades localizadas nas planícies costeiras, como é o caso de Recife-PE, são ainda mais vulneráveis, visto que os efeitos das chuvas intensas combinam com maré alta. 1993) para avaliar a severidade das condições secas/úmidas e necessita apenas de dados pluviométricos para realizar os cálculos e pode ser comparado entre regiões com condições climáticas distintas (Svoboda, Hayes & Wood, 2012), inclusive, já foi amplamente aplicado para analisar condições secas/úmidas em diferentes contextos e em diversas partes do mundo (Du et al, 2013;Buttafuoco, Caloiero & Coscarelli, 2015;Ashraf & Routray, 2015;Caloiero, 2017;Araújo Júnior et al, 2017;Dos Santos et al, 2017).…”