O conhecimento da fauna marinha bentônica brasileira através dos tempos

Abstract

Ambientes com características geomorfológicas, geofísicas e com organismos peculiares compõem os ecossistemas da plataforma continental e as ilhas oceânicas da costa brasileira. A extensão da costa, a biodiversidade, a alta taxa de endemismos e a escassez de especialistas dificultam o conhecimento da fauna marinha. Apresentamos o estado atual de conhecimento da biodiversidade marinha e as perspectivas para a área no Brasil, com base em revisão bibliográfica sistemática. Constatamos que iniciativas governamentais em diferentes âmbitos têm permitido maior conhecimento das espécies da fauna marinha brasileira, abrindo perspectivas que incluem o uso de ferramentas complexas na descrição dos habitats bentônicos marinhos quanto à sua composição geológica, geofísica e biótica.

A Delimitação Dos Habitats – Mapa

“…A direção predominante dos ventos é de NE durante as quatro estações do ano (Figura 4), porém existem direções norte e leste em algumas situações isoladas. Fonte: Dereczynski et al (2015).…”

“…Fonte dos dados batimétricos: AMBES-Petrobras (2015). descreve, na porção centro-sul do ES, à extensão da linha de costa, a existência de feições regressivas, como o delta do Rio Doce, e transgressivas, como o estuário do Piraquê-Açu e Baía de Vitória.…”

“…O regime de correntes da região da área estudada é influenciado diretamente pela complexa topografia oceânica (FRAGOSO, 2004). Segundo Castro Filho et al (2015), durante o verão, há grande incidência de correntes divergentes da costa nas proximidades da superfície, com velocidades variando de 0,1 a 0,4 m.s-1 e direção NE; e de correntes que apontam para a costa nas proximidades do fundo, com velocidades variando de 0,1 a 0,4 m.s-1 e direção ESE. No inverno, as condições de velocidade e direção, praticamente, são as mesmas, mudando apenas a direção de corrente nas proximidades do fundo oceânico que passa de ESE para NE para as menores velocidades (0,1 a 0,2 m.s-1) e SW para as maiores (0,2 a 0,4 m.s-1).…”

“…No Brasil, os primeiros documentos legais que mencionam materiais contaminados, sob o ponto de vista de níveis iguais ou acima dos valores de referência de qualidade para sedimentos, tratam da preocupação ou cuidados a serem tomados, adotando normas para o licenciamento ambiental de obras de dragagem e gestão de material dragado em águas de jurisdição brasileira. O primeiro documento data do ano de 2001, (2015), os avanços sobre a Resolução CONAMA, entre a de n°344/04 e a de n°454/12, que trata do material dragado, tiveram foco no que diz respeito ao refinamento dos valores orientadores nacionais para a classificação do material, ou seja, alterações dos níveis de classificação de alguns metais com arsênio, cádmio, mercúrio e níquel, além de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs). Ainda segundo os autores, também foram regulamentados aspectos relevantes relacionados ao licenciamento ambiental de dragagens e ao gerenciamento e disposição de material dragado.…”

A Química de Produtos Naturais do Brasil no Século XXI

“…Organismos marinhos, em terceiro lugar, permanecem pouco explorados por diversos motivos: as coletas biológicas marinhas são muito caras, o acesso aos biomas marinhos ainda é restrito, existem poucos especialistas dispostos a enfrentar o desafio do isolamento de substâncias polares, 21 e, principalmente, o fato de que a biodiversidade marinha brasileira é muito mais limitada do que se preconiza como sendo a biodiversidade da "Amazônia Azul". O censo marinho informa que determinadas regiões da costa do Brasil são verdadeiros desertos no que se refere à biodiversidade de invertebrados 22 -principal fonte de produtos naturais marinhos. Além disso, a diversidade da fauna marinha brasileira é fortemente influenciada por correntes vindas da região do Caribe, de forma que muitos organismos que ocorrem na costa do Brasil já foram investigados anteriormente em estudos naquela região.…”