Este artigo refere-se à pesquisa qualitativa, com o objetivo de identificar os fatores presentes nos processos e práticas de alfabetização em uma escola de tempo integral de um município da Grande São Paulo. A política de tempo integral requer investimento em alfabetização, que ocorre de forma particular nas diferentes redes e escolas, o que levou a essa investigação, entrevistando a coordenadora pedagógica e professores que atuam nos três primeiros anos do ensino fundamental. As manifestações dos entrevistados, analisadas com base em teóricos da área, especialmente Freire e Ferreiro, revelaram que ainda predomina a compreensão da alfabetização como ensino de código considerado pré-requisito para o letramento, e não há trabalho coletivo para problematizar essa concepção, que se afasta dos teóricos referidos. Excluir docentes dos debates sobre políticas educacionais, somando-se à ausência de estudos teóricos articulados com as análises e reflexões de suas práticas, pode contribuir com dificuldades nos processos de alfabetização e levar à reprovação de estudantes. Nos destaques finais, apontamos os descompassos das políticas e as diretrizes anunciadas pelo atual governo, preocupado em eliminar a ideologia na educação e implantar o método fônico.