A saúde do estudante de medicina influencia diretamente seu desempenho acadêmico, e foi observada uma alta prevalência de problemas psicossociais como o estresse, a ansiedade e uso problemático de álcool em estudantes de medicina brasileiros, que afeta negativamente a vida e habilidades médicas importantes. Tem por objetivo analisar os fatores associados e a associação entre o consumo de bebidas alcoólicas e o estresse percebido em estudantes de medicina. Trata-se de um estudo transversal analítico quantitativo realizado por meio de questionários aplicados, por meio digital, aos estudantes de medicina. Um desses questionários foi sociodemográfico e de aspectos pessoais de vida, o outro foi a Escala de Consumo de Álcool (AUDIT) e a Escala de Estresse Percebido (EPS-10). Foram pesquisados 143 estudantes de medicina, dos quais a maioria do sexo feminino (66,4%) e média de idade de 22,5 anos. Seis variáveis apresentaram significância estatística com o consumo de álcool: o médio e fraco envolvimento religioso (p=0,0453), morar com amigos (p=0,0035), frequentar bares e/ou festas acima de duas vezes por semana (p<0,0001), consumo de álcool quando se sentem estressados (p=0,0010), quando se sentem sozinhos (p=0,0100) e naqueles que referiram ter um alto consumo de bebida alcóolica (p<0,0001). Além disso, outras seis mostraram significância estatística com o nível de estresse percebido: estudantes que têm até 22 anos de idade (p=0,0450), que estavam entre o primeiro e o quarto período (p=0,0168), sexo feminino (p=0,0010), não realizar atividade física regularmente (p=0,0080), insatisfação com seu rendimento escolar (p=0,0010) e naqueles que já pensaram em trancar/abandonar o curso de medicina (p=0,0060). Diversos fatores presentes na vida do estudante de Medicina estão associados ao consumo de álcool e ao estresse percebido. São evidências, haja vista que os estudantes procuram meios para aliviar sua rotina acadêmica estressante e, que muitas destas ocasiões, o consumo de álcool está incluso.