O corpo como fio condutor para ampliação da clínica

Abstract

O texto tem como objetivo ampliar a diretriz da clínica ampliada nos termos definidos pela Política Nacional de Humanização. Numa tentativa de arejamento e atualização de tal diretriz, toma o corpo como um operador da ampliação da clínica. Para tanto, partiu-se de itinerários foucaultianos e nietzscheanos, de experimentações desenvolvidas a partir de nossas inserções na rede de saúde mental do município de Aracaju-Sergipe, bem como dos dados produzidos por nossas pesquisas de mestrado e doutorado. Entendendo corpo como uma montagem, como uma feitura realizada num espaço de tensão entre formas de sujeição e forças de experimentação, se pensou a própria clínica como um corpo. Clínica-corpo que se traceja por entre desejos de formatação, mas também uma clínica que (re)existe, mais afeita à abertura dos corpos, inclusive o seu próprio.

Babado, gritaria e confusão: Cartografias de experiências “trans” em contextos de educação

“…Entretanto, a partir de uma postura de esclarecimento sobre a importância daquela atividade, mesmo os pais que se opuseram que seus filhos participassem dessa gincana, ainda assim, entenderam os motivos pelos quais estava sendo realizada. Essas experiências falam, dentre outras coisas, de produção de cidadania que brota não mais de identidades soberanas, mas é imanente a processos singulares, num movimento associado às práticas cotidianas (Machado, Vasconcelos, & Melo, 2012). Essa é a gritaria proposta pela presença dessas professoras.…”

“…O corpo das professoras transexuais traz consigo uma nova perspectiva na forma como se percebe ou se entende um ideal de docência, ou seja, a professora agora não é mais vista apenas como um corpo protetor ou instrutor, mas um corpo potente e trans/formado e que convida para que questões de gênero sejam problematizadas. Nesse sentido o corpo pode ser um potente dispositivo capaz de criar outras possibilidades para aquilo que está naturalizado (Machado et al, 2012). Esses corpos são capazes de produzirem fissuras no jogo de poder e abandonar formas prescritas de subjetividade, recusam quem são e ensaiam e, nós ainda acrescentaríamos, ampliam outros modos de existir (Guattari & Rolnik, 2000).…”