O cotidiano de trabalho na enfermagem: uma reflexão sobre práticas profissionais

Abstract


 Objetivo: Refletir sobre o cotidiano das práticas de trabalho de enfermagem, levando em consideração as maneiras de fazer no cotidiano propostas por Certeau, focalizando aspectos históricos e de atuação profissional em serviços de saúde. Métodos: Trata-se de uma reflexão fundamentada nos estudos sobre o cotidiano de Michel de Certeau. Resultados: A aplicação das artes de fazer sobre o cotidiano da profissão propõe a necessidade de discussões sobre as práticas cotidianas da enfermagem e reflexão crítica sobre a realidade dos serviços de saúde. As estratégias e táticas são utilizadas no cotidiano de trabalho da enfermagem, como uma dimensão do real. Considerações finais: As práticas nos serviços de saúde contemplam diversas maneiras de fazer o trabalho; e no cotidiano da enfermagem essas ações se tornam múltiplas e intermitentes. A enfermagem utiliza aspectos preestabelecidos do trabalho e uma dimensão criativa do fazer dos profissionais.

Valorizar a enfermagem é valorizar o Sistema Único de Saúde: a voz da enfermagem em meios de comunicação

“…Apoiar os enfermeiros para que permaneçam engajados e motivados é crucial para a eficácia dos sistemas de saúde a longo prazo (MENDES et al, 2011;NOBRE;HELIODORO;ROSA, 2021;MAIA et al, 2019;SILVA, 2021).…”

“…A enfermagem deve adotar uma postura proativa, usando evidências científicas para reivindicar melhores condições de trabalho e valorização. Os profissionais devem demonstrar seu valor e competência para o sistema, clientes/usuários, instituições e sociedade através do marketing profissional, buscando maior visibilidade em diversos meios (MENDES et al, 2011;NOBRE;HELIODORO;ROSA, 2021;MAIA et al, 2019;SILVA, 2021).…”

Estresse ocupacional relacionado à pandemia de COVID-19

“…Nos serviços de saúde, as estratégias presumem a existência de regras prescritivas de conduta para que ocorra o cuidado esperado e são adaptadas ao contexto. 16 Além disso, a pandemia expôs os profissionais de saúde a fatores que os colocaram em mais vulnerabilidade para o estresse ocupacional, como exposição a patógenos, longas horas de trabalho, sofrimento psicológico, fadiga, esgotamento profissional, estigmatização e violência física e psicológica. 1,17 A adaptação da UPA foi necessária, uma vez que o SAR-S-CoV-2 é transmitido entre pessoas, em contato próximo, por gotículas produzidas pela tosse, espirro e fala.…”

“…7 São astúcias surgidas a partir do senso de ocasião do trabalhador em resposta às demandas do cotidiano. 16 A recusa dos profissionais em usar EPIs em certos momentos era, na realidade, uma forma de resistência à "vigilância" constante de como deveriam realizar as práticas cotidianas, criando modos de escape das regras da estrutura de poder determinado pelas estratégias, dando sentido à sua maneira de pensar e agir na vida cotidiana. 7 Destaca-se que havia EPIs suficientes e isso foi um fator protetor ao estresse para alguns, por se sentirem mais seguros.…”

Condições de vida, saúde e trabalho de profissionais de enfermagem frente à pandemia de COVID-19

“…A carga horária, condições e as adversidades nas situações de trabalho, ambientes e ambiência, segurança e insegurança somados às incertezas proporcionadas pela pandemia, podem levar ao adoecimento laboral, notoriamente entre os profissionais de enfermagem, essenciais e indispensáveis a todos os níveis assistenciais de saúde. 2,3 Dados do Ministério da Saúde brasileiro indicam mais de 33 milhões de casos confirmados de COVID-19, acumulados de fevereiro de 2020 a julho de 2022, sendo o número de óbitos superior a 675 mil. 4 Vale ressaltar que, desde o início da pandemia até meados de maio de 2021, 775 óbitos correspondiam a profissionais de enfermagem.…”