O presente trabalho tem como finalidade mostrar como a morte de policiais no estado do Rio de Janeiro é mobilizada politicamente por diferentes setores. De acordo com as situações contextuais em que os agentes estão envolvidos, podem ser classificados dentro da categoria herói ou da categoria vítima. A pesquisa se desenvolveu a partir do trabalho de campo na assembleia legislativa do Rio de Janeiro, com ênfase nos discursos de políticos de diferentes partidos e ideologias em audiências públicas, e posteriormente na análise de casos de violência contra o policial que geravam mobilizações e repercussões nas redes sociais de políticos, instituições de segurança pública e simpatizantes das organizações policiais. Dessa maneira é demonstrado que os problemas encontrados na corporação e nas políticas de segurança pública do estado afetam não só a população como também os agentes e as divergências políticas dos partidos quanto à sua resolução. Analiso os diferentes posicionamentos e justificativas mobilizados, tentando corroborar com os referenciais teóricos, uma forma de fazer política a partir da publicitação do sofrimento.