Resumo Este ensaio teórico parte da possibilidade da plataformização da pele pelo uso de tatuagens biométricas a fim de analisar os riscos iminentes do consumo de wearables e de seu marketing biopolítico no contexto do capitalismo comunicativo. Aborda-se o tema sob uma perspectiva crítica que vai além da retórica de marketing que foca no aperfeiçoamento individual e no cuidado de si mediante a datificação do consumidor. Objetiva-se, com isso, superar a opacidade dos sistemas tecnológicos associados às tecnologias de comunicação e informação. Discute-se sobre os desdobramentos do marketing biopolítico ligado ao consumo de wearables, como a formação de perfis, informados por uma governamentalidade baseada na crença do dataísmo, que fomenta mercados de verdade objetiva com base na captação de análise de uma quantidade massiva de dados (big data), captados pelas plataformas e por wearables. Conclui-se que o consumo de wearables relacionados com a plataformização da economia, a datificação e o dataísmo oferece riscos à privacidade e à democracia, sobretudo em contextos como o pandêmico, no qual a dependência das tecnologias de comunicação e informação se evidencia.