Introdução : O envelhecimento saudável entre a política e a vida quotidiana A recente proclamação das Nações Unidas da Década do Envelhecimento Saudável (2020-30) alerta para o facto de um envelhecimento saudável advir da realização de todas as capacidades das pessoas mais velhas, dos estilos de vida saudável, da literacia em saúde, dos cuidados integrados, dos cuidados de saúde primários, do acesso a cuidados continuados, da participação social ativa e do adequado investimento público na saúde e apoio social (WHO, 2017, pp. iv-v).Em face de uma emanação política (top-down), deve perguntar-se como ocorre o envelhecimento saudável à escala da vida quotidiana das pessoas mais velhas, isto é, como o público-alvo de uma política a adota à microescala, se há correspondências ou não ; não as havendo, quais são as justificações dadas ; e como a microescala pode afetar a macro (buttom-up) ?Em termos teórico-analíticos, interessa questionar se as sociedades reflexivas -e, portanto, as ações sociais reflexivas que nelas ocorrem -são a emanação linear dos conhecimentos científicos e políticos, e dos seus sistemas periciais (racionalidades, Viver com o melhor da saúde. Heterogeneidade e identidade no envelhecimento s...