A literatura que versa sobre o controle gerencial aplicado ao setor agrícola evidencia que diferentes fatores antecedem a forma de controle gerencial utilizada, sendo um desses fatores as ações governamentais direcionadas ao campo. A literatura internacional não apresenta consenso sobre os resultados do impacto de auxílio governamental na adoção do controle gerencial em organizações agrícolas, com pesquisadores identificando impactos positivos e outros diversos identificando impactos negativos. No Brasil, o agronegócio é fortemente influenciado por políticas governamentais. Entretanto, a relação entre práticas de controle gerencial e recebimento de auxílio governamental, na forma de fomentos, não foi investigada no âmbito agrícola brasileiro. Assim, ao verificar que as poucas evidências empíricas dessa relação, encontradas em diversos países, são conflitantes, o presente trabalho procura atender a esta lacuna. Por meio de uma análise descritiva, quantitativa, conduzida com base em uma survey com 204 agricultores familiares assentados no Centro-Oeste do Brasil, utilizando-se de modelagem de equações estruturais, o estudo mensura as inter-relações entre o recebimento de fomentos, a adoção de práticas de controle gerencial e a performance de empreendimentos ligados à agricultura familiar. Os resultados evidenciam que no Brasil a relação entre o auxílio governamental e a adoção de práticas de controle gerencial é positiva. Conclui-se, portanto, que a ampliação dos fomentos destinados ao campo impacta positivamente o aumento da performance desses produtores.