O empresariamento educacional brasileiro: expansão privado-mercantil do ensino superior

Abstract

emmAnoel limA FerreirA Universidade Regional do Cariri (URCA), Crato/CE -BrasilResumo O presente trabalho busca analisar o movimento conjuntural da mercadorização do ensino superior brasileiro. Os fenômenos recentes que dinamizam a lógica do tratamento do ensino superior como um negócio a ser comercializado no mercado educacional se realizam a partir de fundos de private equity nacional e transnacionais. Constata-se que, especialmente pós--LDB, a dinâmica em processo na mercadorização da educação superior tem contribuído significativamente para o setor privado--mercantil. A configuração hodierna da educação superior denota duas tendências cruciais: i) a concentração de capitais, isto é, constituição de oligopólios educacionais geridos por fundos de investimentos nacionais e transnacionais; ii) as empresas educacionais deixaram de ser de natureza familiar para serem grupos controlados pelo capital financeiro. Palavras-chave: Educação superior. Empresariamento educacional. Expansão privado-mercantil.Abstract This study aims to analyze the cyclical movement of the commodification of higher education in Brazil. Recent phenomena that streamline the logic of higher education treatment as a business to be marketed in the educational market are made from national and transnational private equity funds. It appears that, especially after LDB, the dynamics in the process of higher education commodification has contributed significantly to the private-sector market. Today's setting of higher education denotes two key trends: i) the concentration of capital, that is, establishment of educational oligopolies managed by national and transnational investment funds; ii) educational companies are no longer family-owned groups to be controlled by finance capital.

Ser professor formador de professores na Educação Superior privada contemporânea

“…Passos (2007) Dentre os que relataram ter realizado o estágio, as respostas 21 sobre sua importância para a prática docente atual foram as seguintes:…”

“…A professora Lúcia aponta como uma contradição a permear o exercício da docência o fato de não ter autonomia para definir, por exemplo, o tipo de avaliação a ser aplicado aos alunos do curso de Pedagogia, tendo que render-se à prova em forma de teste. Ela ainda reconhece que, por ser "funcionária", precisa se submeter às regras impostas pela IES: Os depoimentos do professor Lauro, da professora Neide e de Sônia corroboram as observações de Passos (2007). Segundo a autora, a expansão dos cursos de licenciatura e as novas condições infundidas pelas reformas educacionais e pelas novas exigências impostas pela intensificação do uso de tecnologias no processo de ensino e aprendizagem, dentre outros fatores, têm acelerado e intensificado a demanda por elementos inéditos na cena educativa, tanto na relação professor-aluno, professor-professor e professor-instituição.…”

“…14 As instituições de ensino credenciadas para a oferta de educação superior na modalidade a distância que detenham a prerrogativa de autonomia dos sistemas de ensino federal, estaduais e distrital independem de autorização para funcionamento de curso superior na modalidade a distância.Em 2002, promulgam-se as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores, por meio da Resolução CNE/CP 1, de 18 de fevereiro de 2002 (BRASIL, 2002) e, nos anos seguintes, as diretrizes curriculares para cada curso de licenciatura passam a ser aprovadas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE). O Artigo 7º, inciso VIII, manteve a instrução quanto à criação de institutos superiores de Educação nas instituições não universitárias para oferta de licenciaturas em curso Normal Superior, visando à docência polivalente na Educação Infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental ou ainda de licenciaturas para docência nas etapas subsequentes da Educação Básica.Melo(2007) observa que as DCN surgem como uma possibilidade de "relativizar a rigidez dos currículos mínimos, que instituíam um conjunto de disciplinas obrigatórias, engessadoras da estrutura curricular dos cursos"(2007, p. 71), buscando atingir maior flexibilidade curricular, respeitando a autonomia universitária, como orienta a LDB 9.394/96. No entanto, segundo pondera a autora, essas DCN foram elaboradas e instituídas de acordo com as perspectivas e recomendações dos organismos internacionais, os quais se destacam, há décadas, na definição de políticas e reformas educacionais, principalmente nos países da América Latina.…”