Atualmente, com o advento da ascensão da extrema direita, percebe-se o recrudescimento de valores axiológicos (neo)fascistas, dentre os quais se avulta o anti-intelectualismo. Pulverizando o horizonte ideológico brasileiro, em 2024, insurgem tentativas de censura à obra literária O avesso da pele, de autoria de Jeferson Tenório. Sob esse panorama, o presente artigo tem por objetivo analisar o modo pelo qual os contradiscursos de resistência, em ambiente digital, respondem às tentativas de censura da obra em voga, formando um centro de valor avesso a gestos discursivos biblioclastas. Para tanto, partimos dos pressupostos bakhtinianos e, tendo em vista as particularidades do objeto de investigação, estabelecemos diálogo com reflexões advindas de abordagens sócio-filosóficas e de estudos sobre o discurso digital. Em termos metodológicos, pautamo-nos nas diretrizes dialético-dialógicas formuladas por Volóchinov para analisarmos um vídeo do Ministério da Cultura, postado nas redes sociais do atual governo federal, em 21/03/2024, Dia Internacional da Luta pela Eliminação da Discriminação Racial. Com o estudo, propomos pensar os sentidos de resistência pela reacentuação da palavra alheia pelas vias do destronamento do discurso discriminatório e pela dialogização da linguagem social ofensiva.