Este trabalho apresenta resultados que partem de investigações de como os periódicos Ibegeanos, Boletim Geográfico (1943-1978) e a Revista Brasileira de Geografia (1939 - ainda em circulação), contribuíram para o ensino, a constituição de uma Geografia moderna escolar e a formação de professores para lecionar esta disciplina no ensino secundário. No Brasil, o período temporal em que os periódicos supracitados entram em circulação (final da década de 1930 e meados da década de 1940) foi marcado por transformações nos aspectos sociais, econômicos e políticos, permeado pelo próprio período ditatorial conhecido como Estado Novo (1937-1945), comandado pelo então presidente Getúlio Vargas. Assim, no desenrolar de um cenário de centralização de poder e intensificação do nacionalismo, ocorre criação dos cursos superiores de licenciatura, em destaque aqui para o curso de Geografia, bem como a criação de institutos de dados e pesquisa, intencionados, principalmente, para descortinar o território brasileiro e modificar a mentalidade do corpo social. Neste contexto, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, criado em 1936, organizou os periódicos no sentido de promover políticas territoriais do país e ao mesmo tempo divulgar as prescrições metodológicas para se ensinar Geografia. Sendo assim, nos utilizamos dos periódicos supracitados como fonte principal de pesquisa e, como procedimentos metodológicos, nos debruçamos na catalogação, análise e sistematização dos exemplares publicados entre os anos de 1939-1951. Os periódicos analisados se denotam como fontes historiográficas relevantes, apresentando o painel da Geografia moderna brasileira no período estudado, viabilizando sua compreensão enquanto ciência e disciplina escolar.