Como construir conhecimento geográfico na contemporaneidade? Quais caminhos podem ser tomados na formação docente frente às expectativas da sociedade da informação? Existe no presente uma racionalidade pedagógica? Através desses e de outros questionamentos, o artigo tem como objetivo encetar uma reflexão acerca do ensino de Geografia enquanto uma emancipação docente e discente alicerçada na oportunidade à criatividade e que trabalhe pela incerteza. Para isso, é elencado o pensamento complexo e seus princípios, presentes na obra de Edgar Morin, no âmbito de uma conexão com a Geografia escolar. Um conhecimento aproximativo, provisório e unido pela totalidade da cultura, da biologia e da sociedade constitui uma âncora para o professor ressignificar sua prática e dar sentido ao seu conhecimento e mobilizando saberes, representa de forma semelhante, um ideal de planejamento didático como artefato estratégico, consciente das aleatoriedades do espaço geográfico e aberto às aventuras do acaso e da imprevisibilidade histórica. Nesse sentido, a obra de Edgar Morin contempla não uma inovadora educação, mas um outro olhar sobre os processos pedagógicos, que começam a serem pensados pela ótica da compreensão humana, da religação de saberes e do restabelecimento da ética e da solidariedade, em meio à globalização.
Este artigo apresenta as características que vêm sendo consideradas adequadas, desde o início do século XX até a contemporaneidade, para dar uma aula de Geografia: as pedagogias ativas, as metodologias participativas, os projetos de pesquisa discentes e o estudo do lugar. De forma semelhante, compartilha o oposto da aula ideal, representada pela figura do Professor Tradicional, cuja formatação supostamente se ancoraria na exposição exaustiva dos conteúdos, no enciclopedismo geográfico e nas avaliações mnemônicas. Para desenvolver tal análise, o texto se utiliza, em primeiro lugar, da arqueologia do saber de Michel Foucault, principalmente por intermédio do seu conceito de formação discursiva. Também se vale da linguística de Ludwig Wittgenstein e da perspectiva investigativa de Sandra Mara Corazza. Por último, o artigo pergunta: haveria como construir uma nova ordem do discurso geoescolar? Responde que talvez não seja o caso de superar a formação discursiva hegemônica, mas sim perverte-la, subverte-la, transgredi-la, fazendo com que cada aula de Geografia tenha em si mesma o potencial para se constituir enquanto obra de arte.
O artigo analisa as possíveis implicações do ensino doméstico no Brasil numa tentativa de responder ao seguinte questionamento: de onde vem e como funciona essa pratica? A discussão se desenvolve tomando por base alguns conceitos e referenciais teóricos subjacentes a esse fenômeno, tratando de: a) problematizar os alicerces sob os quais as premissas da educação doméstica são construídas; b) rever a história dessa prática, explicando que ela não é recente e, tampouco, inovadora; c) mostrar, por sua vez, as ligações entre a educação doméstica com a Pedagogia Cristã; d) discutir sua vinculação tanto à Escola Nova quanto ao neoliberalismo, argumentando que as metodologias ativas, os projetos discentes, o empreendedorismo e a competitividade estariam capitaneando a educação doméstica.
O artigo analisa as possíveis implicações do movimento pedagógico conhecido como Escola Nova no ensino de Geografia, numa tentativa de responder ao seguinte questionamento: como funcionam esses discursos? A discussão se desenvolve tomando por base alguns conceitos e referenciais teóricos subjacentes tanto à Escola Nova quanto ao ensino de Geografia, tratando de a) problematizar os alicerces sob os quais as premissas da Escola Nova foram construídas; b) conecta-los aos dizeres e fazeres de artigos sobre ensino de Geografia do meio do século passado; c) mostrar, com isso tudo, que talvez a compreensão do discurso da Geografia escolar, na contemporaneidade, passaria estreitamente pela análise das pedagogias ativas e das metodologias participativas presentes na Escola Nova.
No final da década de 1970 Michel Foucault, nos seus cursos no Collège de France, procurou problematizar a emergência do neoliberalismo. Tomando como base esse cenário, este artigo discute a genealogia do neoliberalismo sob o viés foucaultiano, ampliando a análise para a contemporaneidade com os aportes de Gilles Deleuze, Christian Laval, Pierre Dardot, Alfredo Veiga-Neto e outros. Além disso, o texto sinaliza alguns desdobramentos tanto no mundo do trabalho quanto na Educação, a partir da construção de uma formação que deve ser empreendedora, flexível, autônoma e empresária de si mesmo; enfim, um sujeito que se constitua em um capital humano competitivo em termos de empregabilidade.
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