Resumo:
No meio evangélico, diferentes atores têm focalizado a música para atuarem entre as juventudes pobres e periféricas e entre aquelas/es que se voltam à defesa da diversidade. Considerando a atividade musical como relevante no meio evangélico, busco, neste artigo, a partir de pesquisa qualitativa, apresentar as possibilidades da atividade musical. A conversão é uma delas, haja vista a música gospel, que é registrada no país desde os anos de 1980. Porém, outra se caracteriza pela reflexão acerca do racismo e do gênero, expressando uma concepção e prática religiosa. Ambas iniciativas musicais dialogam com o conservadorismo religioso, seja inserindo outras modalidades sonoras, seja marcando reflexões acerca das desigualdades. Em geral, elas terminam por favorecer tensões públicas relacionadas com posicionamentos acerca das fronteiras religiosas. Nesse caso, aquela modalidade voltada à religiosidade contextualizada explicita articulações com um cenário caracterizado pelo uso de categorias correntes em movimentos sociais, sobretudo ao problematizar questões de raça e gênero. Isso caracteriza um posicionamento sobre minorias e ainda coopera para a compreensão da diversidade do meio evangélico no país.
Palavras-chave: música, gospel, conversão, racismo, sexismo