Resumo Diante da emergência de inúmeras artistas que compõem a cultura popular se declarando evangélicas na atualidade, o objetivo principal deste artigo é investigar os sentidos, estilos e efeitos de suas narrativas testemunhais. Mais precisamente, busco analisar como diferentes dispositivos midiáticos (livros, televisão, internet) agem na produção de suas subjetividades religiosas, verificando assim como se efetivam as relações do pentecostalismo com os meios de comunicação de massa nos dias de hoje. A partir do estudo de caso de uma celebridade evangélica, procuro analisar como as tecnologias comunicativas oferecem novos significados à maneira como comumente conhecemos a manifestação desses típicos atos de fala cristãos. Além disso, se constatará também o quanto o universo da família torna-se importante no auxílio da construção dessas narrativas de testemunho, graças a uma série de conexões midiáticas estabelecida entre aquele que narra e sua parentela.
ResumoEste artigo investiga a trajetória de vida de mulheres que participaram da consolidação de uma indústria do entretenimento num momento de grande efervescência cultural no Brasil. A análise se baseia nas carreiras artísticas das chacretes, as dançarinas de palco que auxiliaram o apresentador Abelardo Barbosa, o Chacrinha, nos programas de auditório que comandou entre as décadas de 1960 e 1980 na televisão brasileira. A partir de uma pesquisa de campo realizada no Rio de Janeiro, pretende-se debater as experiências por elas vivenciadas a partir da escolha deste tipo de carreira, já que ser uma "mulher da TV" afetou de maneiras distintas seus cotidianos, redefinindo vínculos sociais, projetos e expectativas. O argumento central é que as chacretes que assumiram de certa forma a performance social de "puta", formulada em torno de suas figuras públicas e midiáticas, obtiveram mais prestígio e distinção social entre seus pares na disputada e instável carreira artística na TV. Palavras-chaveGénero, carreiras artísticas, televisão, estigmas, performance.Se acaso me quiseres, Sou dessas mulheres Que só dizem "sim!", Por uma coisa à toa, Uma noitada boa, Um cinema, um botequim. Folhetim -Chico BuarqueA proposta mais ampla deste trabalho é contribuir para um estudo acerca da trajetória de vida de mulheres que participaram diretamente da produção dos meios de comunicação e na consolidação de uma indústria do entretenimento num momento de grande efervescência política, económica e cultural no Brasil. As carreiras artísticas das chacretes -dançarinas de palco que auxiliaram o apresentador Abelardo Barbosa, o Chacrinha�, nos inúmeros programas que comandou entre as décadas de 1960 e 1980 na televisão brasileira -nos servirão de ilustração para alcançarmos este objetivo. A partir de uma pesquisa de campo realizada no Rio de Janeiro junto a essas antigas dançarinas�, pretende-se debater as experiências por elas vivenciadas a partir da escolha deste tipo de carreira, já que ser uma "mulher da TV" afetou de maneiras distintas seus cotidianos, redefinindo vínculos sociais, projetos e expectativas.As lembranças das chacretes sobre esse momento específico de suas trajetórias afetivo-profissionais ressaltam de forma positiva a mobilidade social e o contato com experiências cosmopolitas que este mundo artístico teria garantido
Durante os anos 1970, um conjunto de dançarinas sensuais, as chacretes, ganhou destaque na televisão. Este artigo analisa a trajetória de vida da primeira geração dessas mulheres, hoje com mais de 60 anos de idade. O objetivo desta pesquisa etnográfica é debater suas experiências de solidão. Tal emoção é uma temática constante e, ao mesmo tempo, quase ausente na literatura especializada sobre o envelhecimento. Tal paradoxo se impõe porque enquanto se valorizaram estudos sobre a "vida ativa" dos idosos, a solidão emergiu como tema a ser confrontado, portanto pouco pesquisado. Assim, este texto procura contribuir para uma etnografia da solidão feminina na velhice. Estar sozinha faz sentido a partir de determinadas condições sociais específicas, principalmente quando se notam certos marcadores sociais da diferença, como idade, gênero, sexualidade e classe diretamente articulados a tal vivência emocional.Palavras-chave: gênero, sexualidade, envelhecimento, solidão, mundo artístico. P ode-se dizer que a temática da solidão é algo constante e ao mesmo tempo quase ausente na literatura especializada dedicada ao envelhecimento. É um assunto que sempre tangencia reflexões sobre o envelhecer, sem necessariamente tornar-se um ponto de atenção especial. Tal paradoxo instala-se por diversas razões. A princípio, poderíamos pensar que um livro como A solidão dos moribundos, do alemão Norbert Elias (2001), esgotaria qualquer iniciativa de outros autores em prol de uma reflexão mais sistemática sobre o indivíduo solitário, justamente por ser um texto impactante e escrito por um intelectual renomado. No entanto, se atentarmos melhor para esse ensaio de Elias ( 2001), perceberemos que se trata muito mais de um trabalho sobre pessoas no leito de morte e seus rompimentos afetivos com entes queridos do que propriamente uma reflexão sobre geração, final da vida e (des)enlaces sociais. Afinal, moribundos não são necessariamente velhos. 1 Na verdade, é possível afirmar que por causa das representações sociais sobre a velhice, fortemente associadas a estigmas ligados à decadência física e ao isolamento, a solidão tornou-se um tema mais a ser confrontado do que pesquisado pelos especialistas. Valorizaram-se desde os anos 1980, nas ciências sociais brasileiras, por exemplo, trabalhos empíricos sobre a "vida ativa" dos idosos e suas redes de sociabilidade, principalmente de mulheres. As etapas mais avançadas da vida são interpretadas como momentos privilegiados para novas conquistas Resumo
Resumo Durante os anos 1970 e 1980, um conjunto de dançarinas sensuais, as chacretes, ganhou destaque na televisão. Além de auxiliar o apresentador Chacrinha em programas de auditório, compunha paralelamente um crescente mercado erótico. Este artigo procura dar um passo atrás no auge do estrelato e compreender como as dançarinas chegavam a esse nicho de mercado. A ideia é analisar os processos de seleção a que foram submetidas, enfocando principalmente os requisitos necessários para se tornarem uma dessas mulheres do show business televisivo. O fio argumentativo central do artigo é que gêneros, corpos e erotismos se entrelaçam na construção da figura televisiva dessas mulheres e se explicitam nos processos que regulam o recrutamento e a exposição de suas imagens. A importância dada à estética corporal das chacretes acionava assim uma plêiade variada de marcadores sociais da diferença (como o gênero, a idade, a cor/raça, a sexualidade, a classe etc.) que, quando em interseção, operavam como critérios de distinção, tornando alguns corpos mais desejáveis do que outros, sendo alguns deles alvo de recrutamento e atenção e outros não, nesse contexto das artes populares.
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