O geossistema, como abordagem teórica, metodológica e conceito aplicado é constantemente mencionado no debate geográfico relacionado aos estudos paisagísticos e ambientais, especialmente a partir das vertentes francesa e/ou russo-soviética, com destaque para os artigos de Georges Bertrand e Viktor Sochava. Contudo, apesar de profícuo aos estudos do meio físico, o debate firmado no Brasil apresenta dificuldades em inserir a dinâmica social como parte integrante do geossistema, visto que as questões sociais ainda são abordadas como impacto antrópico. Tal cenário, associado ao maior número pesquisas práticas em detrimento das teóricas, não tem permitido uma contribuição epistemológica mais significativa ao diálogo sociedade ↔ natureza promovido pela Geografia Física integrada. O contexto apresentado suscita questionamentos acerca dos rumos e percalços do uso do tema no Brasil, pois demonstra a necessidade de outra via de entendimento do geossistema, a qual não aborde a sociedade e a natureza como par antagônico. O debate proposto relaciona legados teórico-metodológicos nacionais e estrangeiros, com o intuito de viabilizar o desenvolvimento de uma ressignificação conceitual do geossistema. Nesse sentido, entende-se que uma discussão sobre a possível contribuição da formação de núcleos e redes de pesquisa entre os programas de pós-graduação em Geografia do Brasil pode favorecer esse processo de ressignificação conceitual. A partir de um breve reconhecimento da produção nacional acerca do tema e de uma metodologia concatenadora pautada na teoria da complexidade, promove-se um estudo de cunho dialógico, que repensa os rumos das pesquisas geossistêmicos nacionais, com base na proposta conceitual de um “geossistema complexo”.