“…Por isso, busca-se, neste artigo, apresentar evidências de como diferentes usos metafóricos nos discursos contrários a esses alimentos que ganham espaço nas mesas brasileiras, os chamados ultraprocessados, constroem argumentação polêmica para diferentes propósitos ideológicos e sociais. Neste sentido, estudos metafóricos cognitivo-discursivos (Vereza, 2007(Vereza, , 2017Gonçalves-Segundo, 2020;Gonçalves-Segundo, Isola-Lanzoni, Weiss, 2019;Gonçalves-Segundo, Zelic, 2016), a partir dos quais a metáfora é entendida também como mecanismo para criação de objetos discursivos, serão articulados com a teoria da polêmica argumentativa (Amossy, 2017) para análise das representações sobre ultraprocessados presentes nas seguintes publicações no portal do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) no período de 2020-2022: (1) "Conferência discute alimentação saudável e combate à fome", (2) "Cresce a fome no mundo, mas a solução não está na agricultura industrial", (3) "Movimentos sociais se unem contra fome na abertura da Semana Nacional da Alimentação", (4) "Manifesto popular contra a fome será lançado em ato nacional nesta sexta ( 16)" e (5) "Combater a fome e nutrir a resistência: união de movimentos doa 3 mil marmitas no PR". A seleção, que parte de um corpus mais robusto que integra a pesquisa de mestrado "Disputas na terra, no prato e nas ideias: o agronegócio e a fome em perspectiva ecolinguística" 4 , se explica pela produtividade para o objetivo deste trabalhoou, em outras palavras, pela presença de contra-discursos sobre esse tipo de alimento.…”