O insustentável peso da autoimagem: (re)apresentações na sociedade do espetáculo

Abstract

Resumo Este estudo teve por objetivo identificar a autoimagem apresentada pelos adolescentes, frente à uma sociedade tecida pela exigência de imagem e padrões corporais considerados perfeitos, compreendendo a influência das relações sociais e da mídia na construção de suas identidades. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, alicerçada na História Oral, envolvendo 13 adolescentes de 15 a 19 anos, dos sexos feminino e masculino, alunos de uma escola pública de Minas Gerais. Utilizou-se de entrevistas com roteiro semiestruturado para a coleta dos dados, que posteriormente foram interpretados por análise temática de conteúdo, proposta por Bardin. Os achados foram dispostos em duas categorias: 1 - A imagem de si no processo de construção da identidade do adolescente e 2 - O ideal estético da sociedade do espetáculo. Os relatos demonstram a forte influência das tecnologias na formação de suas identidades e possíveis consequências que a busca de uma imagem espetacular para atender aos padrões estéticos do mundo virtual ou real podem trazer aos adolescentes. Esta autoimagem idealizada revela o modo de ser e viver da contemporaneidade, os valores, a fragilidade e a superficialidade das relações estabelecidas na sociedade do espetáculo.

Comportamentos de promoção da saúde de adolescentes escolares

“…20 Em relação a valorização da vida, os adolescentes apresentam menores níveis de comportamento que o escore global, enfatizando que as transformações que ocorrem nesta fase afetam de modo significante o bem-estar emocional, possivelmente sendo um reflexo da autocrítica, especialmente associada à sua imagem, ao grau que passam por mudanças físicas. 21 A análise da relação entre autoestima, resiliência e as diversas formas comportamentais de risco entre adolescentes demonstrou que a autoestima negativa tende a desenvolver função importante no comportamento de risco destes adolescentes. Portanto, o reconhecimento dos próprios pontos fortes e fracos determinam seus valores e crenças, além de possibilitar o processo de aceitação dos próprios erros, de forma a promover e desenvolver condições e capacidades positivas do desenvolvimento humano saudável.…”

Autoimagem Da Mulher, Clínica E Contemporaneidade

“…Na sociedade moderna, com o avanço das mídias sociais, as redes sociais contribuem para a construção de ideais de existência e auxiliam na reprodução desses padrões que sempre foram existentes. Na sociedade atual a imagem é um valor dominante , as pessoas sofrem uma pressão reforçada a todo momento para estarem dentro de padrões estéticos e isso se reflete em cobranças em relação ao corpo, buscando a todo tempo e a todo custo atingir a imagem perfeita adaptada aos padrões estéticos (OLIVEIRA & MACHADO, 2021).…”

“…Tal imagem está em constante desenvolvimento, podendo sofrer alterações pela influência da relação do sujeito consigo mesmo e com o ambiente que vive (VIEIRA, 2013). A autoimagem está presente na construção da personalidade, pois forma-se a partir dos vínculos sociais, do ambiente e dos padrões sociais que influenciam tal percepção, contribuindo para a forma que o sujeito se vê, como acha que é e como se sente (OLIVEIRA, 2021).…”

Vivências de educação em saúde com a juventude: relato de estudantes de enfermagem

“…Quando a temática de autoconceito foi selecionada como atividade de primeiro contato, tinha se em mente que seria um excelente ponto de partida para ganhar a confiança dos alunos e ter uma maior participação, justamente por ser mais simples e rápida de ser desenvolvida. Contudo, no decorrer do momento foi possível perceber que não houve tanta interação, talvez por ser o primeiro contato com a equipe, e estarem fora de suas salas de aula, ou até mesmo por ser um tema delicado para essa faixa etária, já que estão começando a se descobrirem, e o exercício de falarem sobre si ainda gera muitas incertezas e inseguranças, tendo em vista que a adolescência é o momento de construção da identidade pessoal, marcada pelas transformações físicas e mentais (Oliveira et al, 2021).…”