O letramento digital como estratégia de ensino-aprendizagem no ensino superior, durante o ensino remoto emergencial

Abstract

Este artigo é resultado de pesquisa de Pós-doutoramento apresentado ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Metodologias para o Ensino de Linguagens e suas Tecnologias, UNOPAR/PR. Tem como objetivo discutir o letramento digital e as estratégias de ensino-aprendizagem para o ensino superior, no contexto do ensino remoto emergencial. A partir de revisão bibliográfica sistemática no Portal de Periódicos CAPES, elegemos artigos com possíveis similaridades ao foco desta pesquisa, a fim de construir o corpus teórico sobre o conceito de letramento digital, sua importância como subsídio para o processo de ensino-aprendizagem, junto ao aluno regular de ensino superior, no contexto do ensino remoto emergencial. Essa proposta se justifica, pois, devido à pandemia de covid-19, foi necessário um maior imbricamento entre letramento digital e estratégias de ensino, sendo preciso apreender como explorar os recursos tecnológicos e a escrita na esfera digital, devido às medidas de distanciamento físico impostas às pessoas, o que obrigou a adaptação do ensino presencial para o formato de ensino remoto emergencial, exigindo, portanto, uma (re)configuração no planejamento teórico e prático do professor. Os resultados apontaram que a prática do multiletramento, a partir da construção do conhecimento mediado pelo professor, deve ser uma constante em todos os níveis de aprendizagem do aluno e, a partir da utilização de estratégias de aprendizagens específicas para cada dificuldade, podemos facilitar a compreensão do conteúdo e interagir mais com o aluno, de modo a buscar maior proximidade. Outro ponto observado é que as tecnologias digitais devem ser articuladas com o fazer pedagógico, permitindo, ao aluno e ao professor, a (re)criação de novas práticas de interação, e explorando o letramento digital, a favor do ensino, em ambientes virtuais de aprendizagem.

Ensino remoto na pandemia da Covid-19 e os desafios e oportunidades na visão de professores de escolas do interior de Mato Grosso

“…Esta preferência por usar este recurso no ensino pode associada ao fato desta tecnologia fazer parte do dia a dia e pela versatilidade, tendo em vista que permite "a troca de vídeos, informações e discussões acerca da matéria estudada" na forma escriva e por áudio (Paczkowski & Passos, 2019). Neste sentido o uso deste recurso pode aumentar a possibilidade das interações entre professor e aluno, podendo inclusive contribuir para o aumento da autonomia dos alunos nas atividades de Ensino, ou seja a tecnologia se torna uma aliada nos porcesos de Ensino e aprendiagem (Paczkowski & Passos, 2019;Lima, et al 2020;Valente, et al 2020;Monteiro & Nantes, 2021, Rossi, et al 2021.…”

“…Desse modo as aulas remotas foi uma surpresa tanto para os professores como para os alunos e familiares que tiveram que se unir para que desse certo o ensino remoto. Esses fatos passaram a fazer parte do cotidiano do aluno, da família e dos professores, revelando o que antes não era visto e, principalmente, tornando mais visível o lado mais humano dos processos de ensino (Paiva, 2020;Rondini, Pedro & Duarte, 2020;Rossi, et al 2021;Monteiro & Nantes, 2021). Esses relatos vão encontro aos argumentos e reflexões de Rossi, et al (2021), Lima, et al (2021), Valente, et al (2020) e Appenzeller, et al (2020, que o ensino remoto trouxe "novos tempos" que exigiram dos professores nos diferentes níveis de ensino a reinvenção da forma de ensinar em tempo recorde e essas mudanças não foram fáceis, mais aprendizagem sobre o uso de recursos tecnológicos no ensino forma necessárias.…”

“…Nesse contexto, Honorato & Marcelino (2020, p. 217), argumentam que o "ensino remoto emergencial" se tornou um obstáculo tanto para aluno como para professores por ser um ensino com metodologias novas, "algo que se tronou complexo" devido não estar preparado para a mudança da sala de aula para os meios tecnológicos, destacando ainda que as o ensino remoto não permite que os professores desenvolvam todas as estratégias que seria possível desenvolver em sala. Soma-se a esses desafios o fato de muitos professores terem tido pouco tempo para aprender a usar essas tecnologias e pouco conhecimento sobre as metodologias que são recomendadas para uso no ensino online, o "ensino remoto" (Paczkowski & Passos, 2019;Lima, et al 2020;Valente, et al 2020;Monteiro & Nantes, 2021, Rossi, et al 2021.…”

“…Esses relatos refletem bem o conceito básico o ensino remoto, que remete ao um ensino ofertado "praticamente" por "improviso" ou pela tentativa de transposição da aula tradicional que antes era ministrada no presencial para a versão online. Entretanto, trabalho no ensino a distância requer formação para uso dos recursos tecnológicos, conhecimentos de metodologias de ensino e conhecimento sobre a operação de equipamentos eletrônicos necessários a realização da oferta do ensino (Médici et al, 2020;Lima, et al 2020;Moreira et al, 2020;Carneiro, et al 2020;Monteiro & Nantes, 2021;Rossi, et al 2021).…”

“…No entanto, no momento de pandemia da COVID-19 vivenciado, ele passou de vilão para mocinho. De modo que os recursos eletrônicos, passaram a serem vistos como parceiros por viabilizarem o acesso às informações (Oliveira et al, 2018;Neves et al, 2019;Médici et al, 2020;Pascoin & Carvalho, 2020;Lima, et al 2020;Moreira et al, 2020;Carneiro, et al 2020;Monteiro & Nantes, 2021;Rossi, et al 2021).…”