Este artigo discute o projeto de desenvolvimento presente na constituição da política federalde educação profissional e tecnológica Brasileira inscrita na lei de criação dos InstitutosFederais de Educação, Ciência e Tecnologia. A hipótese central era a de que odesenvolvimento regional se tornou a coluna vertebral daquela política pública, que destacoua importância dos arranjos produtivos, sociais e culturais locais no processo de expansão einteriorização da educação profissional. A partir de pesquisa documental sobre os processoslegislativos, o estudo mapeou a construção do projeto de desenvolvimento durante o processode formulação, de tomada de decisão e de implementação da política pública. Com o uso detécnicas associadas à análise de conteúdo e o cruzamento de dados referentes à população dosmunicípios sede dos novos campi, confirmou a hipótese inicial ao reunir evidências sobre oenfoque comunitário e sustentável alinhado ao desenvolvimento regional endógeno inerenteao projeto que deu origem aos Institutos Federais. Concluiu que, por um lado, aintersetorialidade da política driblou a cultura bacharelesca e o desprestígio que a educaçãoprofissional ocupa no país. Também ampliou a capilaridade para os pequenos municípios,sendo que 58,8% dos 483 novos campi foram instalados em localidades com menos de 100mil habitantes. Por outro lado, a cultura organizacional pré-existente e a carência de espaçosinstitucionais de governança resultaram em baixa interação dos campi com o território,estabelecendo um frágil e descontínuo elo com o desenvolvimento regional.