Este trabalho investiga os mapeamentos icônicos presentes na estrutura interna dos verbos na Língua Brasileira de Sinais (Libras). Entendemos iconicidade como uma relação analógica entre forma e significado, de modo que há semelhança ou similaridade entre eles (MEIR; TKACHMAN, 2018). Além da iconicidade, o presente trabalho aborda a estrutura morfofonológica dos verbos em Libras. Adotamos a proposta de Lourenço (2018a, 2018b) e Lourenço e Wilbur (2018) de que há uma simultaneidade de informações visuais, envolvendo cinco estruturas morfofonológicas do item verbal: as expressões não manuais, que compreendem a face superior e a face inferior, e os três parâmetros primários, que compreendem configuração de mão, movimento e locação. A partir dos conceitos de iconicidade e de estrutura morfofonológica interna dos verbos, questionamos se é possível identificar mapeamentos icônicos independentes em cada “camada” de informação visual da estrutura verbal, que chamaremos de slots morfológicos. Argumentaremos que há, sim, mapeamentos icônicos na estrutura morfológica do item verbal e que cada slot morfológico pode codificar relações icônicas entre forma e significado. Além disso, indicamos ser possível estabelecer o grau de iconicidade que um item verbal possui a partir da quantidade de mapeamentos icônicos presentes em sua estrutura interna, de modo a construirmos uma escala de iconicidade que leva em consideração a estrutura morfofonológica do item lexical.