Tributários da compreensão dialética, ou não linear, de comportamento delimitada por Merleau-Ponty (La Structure du Comportement), E. Thompson (Mind in Life) e S. Gallagher (Enactivist Interventions) alegam que ela contrasta com uma compreensão behaviorista a respeito. Segundo tal linha de raciocínio, ainda que algumas análises enativistas e comportamentais de categorias psicológicas (por ex., raciocínio matemático) assemelhem-se, resultam muito diferentes sob um olhar mais atido, em razão de diferentes compromissos filosóficos sobre o comportamento. Tanto aquelas como estas situam na dinâmica interativa organismo-ambiente os fenômenos psicológicos e seus fatores explanatórios decisivos, além de dispensarem a postulação de representações simbólico-computacionais no cérebro para interpretá-las. Porém, Thompson e Gallagher pensam que seu enativismo, mas não “o behaviorismo”, é não linear. Discute-se aqui que a crítica merleau-pontyana das noções comportamentais ligadas ao fisiologismo e ao mecanicismo cartesiano, embora possa atacar o behaviorismo inicial (associado a J. B. Watson), não atinge o delineamento (behaviorista radical) de Skinner, conectado ao que este veio a chamar de modelo de seleção pelas consequências. Ou seja, a concepção de Skinner, como a de Merleau-Ponty, qualifica-se também como dialética, ainda que seu vocabulário às vezes conote diferentemente. Algumas propostas enativistas e comportamentais sobre categorias psicológicas resultam mais próximas do que Thompson e Gallagher sugeriram.