A instalação de grandes empreendimentos, de modo geral, mostra-se como propulsora do desenvolvimento socioeconômico das regiões receptoras uma vez que emprega substancial parcela de mão de obra, funcionando como fonte de renda para os cidadãos, comerciantes e para a administração pública. Nesse sentido, pretendeu-se verificar a percepção dos atores locais em relação aos impactos socioeconômicos da instalação do Complexo Industrial e Portuário do Açu em São João da Barra, Rio de Janeiro. Metodologicamente, utilizou-se da pesquisa bibliográfica para apresentar o histórico do referido Complexo, bem como realizar a comparação do mesmo com demais empreendimentos de infraestrutura localizados no Brasil no que se refere à percepção das transformações socioeconômicas; e, fez-se uso de entrevista semiestruturada para obter a percepção dos principais atores locais. Os resultados permitiram concluir que, de maneira geral, tanto os munícipes quanto os comerciantes revelaram uma percepção de que os impactos positivos, aumento do emprego, desenvolvimento socioeconômico e infraestrutura, superaram os impactos negativos, como o aumento da população, aumento do trânsito e as desapropriações. Já o gestor público se mostrou otimista com relação à qualidade de vida, aumento do emprego, infraestrutura, educação, saúde e desenvolvimento socioeconômico decorrentes da instalação do Complexo Industrial e Portuário do Açu. Essas percepções confrontadas com o referencial teórico sobre o desenvolvimento regional, podem indicar que os entrevistados deram maior importância para geração de emprego e renda, e ao mesmo tempo, minimizaram os aspectos como melhorias na qualidade de vida, educação, saúde, a violação dos direitos com as desapropriações e também os impactos ambientais.