Introdução: Desde 2019 o mundo vem vivenciando uma pandemia, tomando proporções enormes devido especialmente a facilidade de contágio e o número de óbitos ocorridos em pouco espaço de tempo. A pandemia comprometeu muitos campos de atividade no Brasil, desde empresas que fecharam até mesmo escolas e faculdades que tiveram suas rotinas alteradas devido à contaminação pelo COVID-19, sendo que este fato ocasionou um consumo desenfreado de medicamentos ansiolíticos, especialmente devido ao quadro de ansiedade e incertezas por grande parte da população. Objetivo: Avaliar o impacto da pandemia da COVID-19 no uso de ansiolíticos pela população. Metodologia: Trata-se de uma revisão bibliográfica, de cunho descritivo. A amostragem para dar suporte a este trabalho de revisão, teve como bases os dados da PubMed, SCIELO e BVS. Os critérios de inclusão para este estudo foram: artigos publicados na íntegra no período de 01/12/2019 a 30/04/2022; disponíveis eletronicamente, em inglês, espanhol ou português; realizados com seres humanos e que abordassem a temática selecionada. Após a busca inicial com os descritores, nas diferentes línguas, foram encontradas 26 publicações no PubMed, 3 no SciELO e 15 na BVS. Na segunda etapa, usando os filtros com os critérios de inclusão e exclusão, o quantitativo foi reduzido a 20 artigos no PubMed, 2 no SciELO e 10 na BVS. Destes, após leitura prévia dos títulos, resumos ou abstract, foi verificado que 13 eram duplicados, restando 16 artigos para à leitura na íntegra. Realizada a releitura de cada artigo, foram identificados 13 para elaboração do quadro sintético contendo as seguintes informações: autor, ano da publicação, periódico, país e síntese dos resultados da pesquisa. Resultados: Os resultados demonstram que houve um aumento de 80% dos casos de ansiedade e depressão relacionados ao período pandêmico. Na França, durante a pandemia, houve aumento de novos consumidores de antidepressivos, ansiolíticos, sedativos e hipnóticos quando comparados os anos entre 2015 a 2020. Também notou-se um aumento da prescrição desses medicamentos em adultos acima de 65 anos. A queda na prescrição de ansiolíticos foi observada como efeito imediato da pandemia entre adolescentes e idosos, devido especialmente a baixa assistência voltada à saúde mental neste período, sendo priorizado na saúde atividades assistenciais de urgência e emergência. Neste estudo ainda pode-se demonstrar que a dispensação de psicofármacos foi prevalente entre os ansiolíticos benzodiazepínico em 58,12 % e antidepressivos inibidores da receptação da serotonina em 23,55%, sugerindo ainda que este aumento esteja ligado as medidas de contenção do vírus que discorre especialmente a necessidade do isolamento social. Conclusão: Foi possível neste estudo identificar que em alguns contextos houve aumento do consumo de medicamentos ansiolítico, principalmente em farmácias particulares e serviços que atendiam a população dentro dos cuidados necessários para o atendimento seguro. Também se percebe que houve aumento do consumo de medicamentos antidepressivos, já em relação aos ansiolíticos alguns apresentaram aumento do consumo somente na farmácia privada, diferente da farmácia pública que houve uma diminuição significativa destes atendimentos especialmente devido à dificuldade do setor em receber essa demanda.
Palavras-chave: Ansiolíticos. COVID-19. Farmacoterapia.