O papel dos inibidores da enzima conversora de angiotensina e dos antagonistas dos receptores de angiotensina em pacientes com Covid-19: uma revisão narrativa

Abstract

O objetivo deste trabalho é reunir e discutir os principais achados científicos, opiniões de especialistas e considerações de comunidades médicas a respeito da continuação do tratamento de pacientes hipertensos diagnosticados com Covid-19 em uso de anti-hipertensivos. Trata-se de uma revisão narrativa de literatura, restringida a publicações até abril de 2020, utilizando as bases de dados Medline e Embase e consulta a quatro sociedades científicas de Cardiologia. Um total de 93 publicações foram encontradas nas bases de dados consultadas, e, destas, nove publicações foram elegíveis para análise, sendo que seis publicações se mostraram favoráveis à continuação do tratamento com inibidores da enzima conversora de angiotensina e antagonistas dos receptores de angiotensina, o que foi ao encontro das recomendações das sociedades de Cardiologia; outras três publicações sugeriram que essas classes de anti-hipertensivos podem aumentar a gravidade da infecção. A continuação do tratamento com anti-hipertensivos durante a pandemia de coronavírus ou após o diagnóstico da infecção apresenta um paradoxo entre o potencial aumento da patogenicidade viral e a proteção pulmonar conferida pelo equilíbrio do sistema renina-angiotensina.

Perfil epidemiológico dos pacientes oncológicos com Covid-19 em Alagoas

“…Outro relevante resultado encontrado no presente estudo, refere-se as pessoas com HAS (46,25%) e diabetes (21,25%), pesquisas sugerem que estas estão mais suscetíveis à infecção grave ou fatal da Covid-19, por apresentarem níveis elevados da enzima ECA2(Enzima Conversora de Angiotensina 2), a qual o SARS-CoV-2 entra na célula humana. Entretanto, há um conflito, pois, a enzima ECA2 possui um efeito protetor e anti-inflamatório ao epitélio pulmonar (Asturian, 2021).…”

O impacto da COVID-19 em pacientes hipertensos e atuação multiprofissional: uma revisão integrativa

“…Com a pandemia da COVID-19, hipertensos foram elencados mais susceptíveis à infecção pelo SARS-CoV-2. Aumento da mortalidade e morbidade também foram observados nesses pacientes (Barros et al, 2020;Asturian, 2021). O coronavírus utiliza a enzima conversora de angiotensina II (ECA II) para infectar as células humanas.…”

“…O uso de medicamentos anti-hipertensivos como inibidores da ECA II (IECA) ou bloqueadores do receptor de angiotensina II (BRA's) foi elencado como um potencial fator prejudicial na infecção da COVID-19, contribuindo para a gravidade da doença (Asturian, 2021;Zhang, et al 2021). A progressão e letalidade da infecção pelo SARS-CoV-2 também são relacionadas à atividade do sistema imunológico.…”

Polimorfismo da ACE2 e a Influência na Suscetibilidade frente à COVID-19 / ACE2 Polymorphism and the Influence on Susceptibility to COVID-19

“…A ACE-2 faz parte do Sistema Renina-Angiotensina (SRA), que regula a pressão sanguínea e a diurese, inativando a angiotensina II enquanto gera a angiotensina (1-7) que tem função vasodilatadora potente que serve como regulador negativo do SRA. A ligação da proteína S (spike) a ACE2 (Figura 3), juntamente com a clivagem proteolítica de ACE2 pela serina protease transmembrana 2 (TMPRSS2), permite a entrada do vírus nas células, a replicação viral e a transmissão célula a célula (SCHOLZ et al, 2020;SOUTH et al, 2020;ASTURIAN, 2021). O presente estudo realizou uma investigação na literatura científica em busca de evidência consistentes referente a essa suscetibilidade relacionada ao polimorfismo do gene ACE2 em humanos.…”