O presente trabalho teve como objetivo demonstrar como a mineração é capaz de gerar oportunidades e ao mesmo tempo enfraquecer a agricultura, assim comprometendo a produção local de alimentos. Para isso, a cidade de Parauapebas, maior município minerador da Amazônia brasileira, foi utilizada como objeto de estudo. A pesquisa foi realizada com abordagem quantitativa e qualitativa, sendo que primeiramente foram realizadas 1016 entrevistas com habitantes da cidade para descobrir o valor do mercado local de alimentos. Posteriormente foram realizadas 32 entrevistas com gestores de empresas do seguimento de alimentos e 20 lideranças de produtores da zona rural do município. Por último, foram consultados relatórios e séries estatísticas oficiais para demonstrar o grau de investimentos públicos e privados na agricultura da cidade. Foi possível concluir que, a partir dos recursos advindos da mineração, a cidade conta com um grande fomento público e privado à agricultura, entretanto a atividade segue tendo pouca expressão na representatividade do Produto Interno Bruto do município. O mercado consumidor local possui elevada demanda e alguns alimentos têm o consumo acima da média nacional, porém na maioria das vezes a zona rural da cidade não consegue representar nem 10% do montante total de compra de alimentos pelas empresas locais. A quantidade produzida e a qualidade dos produtos são os principais problemas na visão dos compradores e a falta de organização dos produtores em associações e cooperativas é a principal fraqueza do ponto de vista das lideranças da zona rural.