É consenso que a problemática energética global é permeada por uma diversidade de fatores, como preços e disponibilidade de recursos naturais; mas se deve, sobretudo, aos confortos e prosperidades tão defendidas desde a civilização industrial. Apesar disso, defende-se que melhor seria alcançar um desenvolvimento sem crescimento, visto que crescer de forma sustentável é sempre contraditório. Considerando que esses assuntos devem ser refletidos no âmbito de pesquisas em ensino de matriz energética, realiza-se, neste artigo, uma análise qualitativa de 37 estudos publicados no período de 1988 a 2013, em periódicos nacionais e internacionais das áreas de Educação e (ou) Ensino de Ciências de estratos webqualis A1, A2 e B1, em 2013, segundo a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes); com objetivo de inventariar conhecimentos construídos, bem como, identificar se a discussão em torno da contradição do modelo de crescimento ilimitado vem sendo contemplada. No geral, constatou-se grande inquietação com o ensino conteudista, praticado de modo acrítico, nas diferentes disciplinas escolares (como Física, Química, Biologia, Ciências, Geografia, entre outras), com sinalizações de que a educação Ciência-Tecnologia-Sociedade (CTS) pode ser um caminho para sua ressignificação. No entanto, um aspecto por demais preocupante diz respeito ao silenciamento, em grande parte desses estudos, quanto à necessidade de se dedicar mais à problematização do modelo socioeconômico vigente, mormente no sentido de evidenciar que as demandas por energia, impostas pelo consumo desenfreado, são claramente insuportáveis.