“…Isto é, seus professores focavam em avaliar o raciocínio, o entendimento dos conteúdos por esses alunos e percebemos essa atitude como uma forma de acolhimento.As experiências compartilhadas por Saph e Sonnie nos mostram que ambos tiveram muita autonomia para aprender português em casa, assistindo TV, na igreja, através das celebrações evangélicas, e na escola, interagindo com os colegas de sala, por exemplo.Diniz, Neves (2018) e Cursino (2020) afirmam que, por falta de uma política linguística, é comum que a aprendizagem da língua portuguesa por migrantes forçados aqui no Brasil ocorra, na maioria das vezes, de forma independente. Frente à alta demanda, ainda são poucos os cursos de Português como Língua de Acolhimento (PLAc) oferecidos por universidades e ONGs brasileiras e muitos desses cursos ocorrem em um contexto de voluntariado e precarização(LOPEZ, 2020).Para mudar essa realidade, Miranda e Lopez (2019) chamam atenção para a necessidade de se investir na ampla institucionalização política do PLAc, mas entendem que essa será uma luta difícil que teremos que enfrentar, pois muitos refugiados não têm condições de pagar pelas aulas, logo o Estado não vê vantagem em investir no provimento de cursos de PLAc e na capacitação de professores, porque em sua perspectiva capitalista limitada, não geraria lucros.Nesse sistema educacional neoliberal que vivemos, 'ver grande', conforme discutimos baseadas em Geene (1995), segue em direção oposta aos interesses das grandes corporações, inclusive, de ensino.Considerações finaisDentrodo espaço metafórico tridimensional da pesquisa narrativa, pudemos compreender como as histórias compartilhadas por Saph e Sonnie se conectam e dão forma às suas vidas através do tempo, das interações e do(s) lugar(es) em que vivenciaram suas experiências. Ao buscar 'viajar para seus mundos' (LUGONES, 1987) e 'ver grande' (GREENE, 189 Revista Momentodiálogos em educação, E-ISSN 2316-3100, v. 32, n. 3, p. 170-194, set./dez., 2023.…”